EUA X CHINA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA FAZEM DÓLAR ULTRAPASSAR R$ 4,00

Especialistas comentam os impactos da guerra comercial e tramitação da reforma previdenciária na moeda americana

Reforma da Previdência

As tensões políticas internas e externas fizeram com que a moeda americana chegasse aos R$ 4,00. O dólar vem mostrando altas principalmente por conta da guerra comercial entre EUA X China e a tramitação da Reforma da Previdência que ainda segue nebulosa. Para o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, no momento a situação é de absoluta incerteza, onde predomina a absoluta aversão ao risco. “O mercado está operando no meio de uma turbulência enorme, tanto no front externo, quanto no interno”, comenta Bergallo.

“O mercado manteve a trajetória de desvalorização do real, iniciada alguns dias atrás, por conta da piora das expectativas do crescimento da economia brasileira para os anos de 2019 e 2020 ou pelas dificuldades encontradas para formar um cenário positivo na condução das propostas de reformas no Congresso. Tudo indica que o mercado está avaliando um grau de risco um pouco maior e isso tem sustentando a moeda americana em um patamar mais elevado. Já o dólar futuro está em R$ 4,017 e parece estar consolidado neste patamar de R$ 4,00 como uma barreira que deve se manter”, explica o Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

“Em meio à guerra comercial e tensão política interna dado às tensões da previdência, manifestações e a fala do Presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o ocorrido fazem mais uma vez a Bolsa brasileira desabar e o dólar passar de R$ 4,00, principalmente depois que Trump assinou o pedido para barrar Huawei e ZTE de vender seus equipamentos nos EUA mostrando um enfraquecimento de um possível acordo entre os países. A expectativa é que se mantenha nesse patamar ou então até subir mais se a reforma previdenciária se prolongar muito e principalmente se não houver um acordo entre os países”, ressalta Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth.

“O pessimismo tomou conta dos mercados globais com a guerra entre EUA e China que parece estar cada vez mais longe do fim. Com isso os grandes investidores procuram mercados mais seguros como os títulos do governo americano. Somando a todos estes fatores péssimos temos no cenário interno um governo que não está conseguindo colocar em prática nada de sua agenda e vem acumulando sucessivas derrotas no congresso o que demonstra falta de força e articulação política. O mercado analisa com pessimismo a aprovação de uma reforma da previdência que economize um valor próximo de R$ 1 trilhão em 10 anos“, finaliza o Economista-Chefe da PCA Capital, Pedro Coelho Afonso.

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