A produção brasileira de aço bruto em setembro somou 2,6 milhões de toneladas, alta de 7,5% ante mesmo mês de 2019, informou nesta quinta-feira (15) o Instituto Aço Brasil (IABr).
Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 2,6% inferior no comparativo anual. A produção de semiacabados para vendas foi de 456 mil toneladas, redução de 31,9%.
Vendas internas
As vendas internas cresceram 11,8% frente para 1,8 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,9 milhão de toneladas, 8,2% superior.
Enquanto isso, as exportações de setembro foram de 756 mil toneladas, recuo de 20,9%. Já as importações, de 142 mil toneladas, representaram queda de 22,9%.
Acumulado do ano
No acumulado do ano até setembro, a produção de aço bruto no país foi de 22,3 milhões de toneladas, declínio de 9,7% contra mesma etapa de 2019.
A produção de laminados foi de 15,5 milhões de toneladas, queda de 10,8%. A produção de semiacabados totalizou 5,9 milhões de toneladas, retração de 10,4%.
Consumo aparente
As vendas internas foram de 13,5 milhões de toneladas, declínio de 4,2%. O consumo aparente de produtos siderúrgicos, de 14,9 milhões de toneladas, mostrou queda de 5,5%.
No começo do mês, o IABr mudou a expectativa para o consumo aparente da liga no país em 2020, de queda de 14,4% para recuo de 4,7%, a cerca de 20 milhões de toneladas.
As exportações alcançaram 8,6 milhões de toneladas no ano até setembro, baixa de 9,9%. E as importações alcançaram 1,5 milhão de toneladas, diminuição de 22,9%.
Construção civil
O Instituto Aço Brasil, que, em abril, previa uma redução de 19,8% no chamado “consumo aparente” do metal em relação a 2019, retificou o número, nesta quinta (1º/10), para uma queda de 4,7%.
O problema é que quando o nome coronavírus tornou-se onipresente nos noticiários, a previsão de desemprego e queda no consumo colocou um freio na indústria. Com operação cara, as siderúrgicas correram para segurar a produção.
Ao abafar dois altos-fornos, em abril, a Usiminas, por exemplo, disse que isso seria “necessário para adequar a produção à demanda de mercado, que se encontra em queda em função da retração da atividade econômica”.
No mesmo mês, a Gerdau também anunciou a paralisação de um dos equipamentos de suas usinas, com a capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas.
Bem depois das concorrentes, no finalzinho de maio, a CSN, disse ter suspendido a produção de um alto-forno com a mesma capacidade. Sempre para “adequar a produção de aço à demanda de mercado”.
Os investidores gostaram das iniciativas. Mesmo com a previsão de baixa demanda, as ações das três siderúrgicas, as maiores em valor de mercado, subiram acima do Ibovespa, principal indicador de desempenho do mercado.
Ainda que tenha registrado um prejuízo de R$ 395 milhões no primeiro semestre, a Usiminas viu seus papéis chegarem, em setembro, ao preço mais alto desde abril de 2019 (ano em que lucrou R$ 376 milhões).
Na CSN, conseguiram manter a conta no azul, mas o lucro, em meio ano, foi um quinto do registrado no ano passado. Ainda assim, seus papéis também eram vendidos, no último mês, a preços mais altos do que em julho do de 2019.
Só as ações da Gerdau ainda não se recuperaram do tombo do coronavírus na Bolsa, mas seguem em ascensão. Mas os papéis da siderúrgica estão bem recomendados por corretoras.
Agora, que foi encarado por investidores como uma boa gestão está cobrando um preço alto de outra ponta do mercado.
A economia voltou a andar, a demanda cresceu. Mas fazer um alto-forno voltar a produzir é um processo demorado e caro. Retomar outras unidades de produção também.
Em uma visita a uma usina da Gerdau, o secretário especial do Ministério da Economia Carlos da Costa classificou a alta nos preços como “dores da retomada” da economia.
“Até os estoques preencherem-se novamente, vamos, infelizmente, ter, em algumas localidades, escassez de alguns produtos e preços mais altos, principalmente na ponta”, disse o secretário, com naturalidade.
O Instituto, que organizou a ida de Costa à usina, fez questão de dizer que são “infundadas as informações sobre escassez de vergalhões” para a construção civil.
Infelizmente, ela já foi apontada em diferentes lugares. E o aumento do Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil é um fato registrado pelo Sinduscon-SP.
Para quem investe em empresas do ramo da construção ou em fundos imobiliários (FIIs), o aumento do preço dos vergalhões é um mau sinal. Alta nos custos de insumos leva a imóveis com preços mais altos e menor liquidez e/ou menor margem de lucro.
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