O frigorífico Minerva (BEEF3) anunciou nesta segunda-feira (5) a aprovação de programa de recompra de ações, segundo comunicado enviado ao mercado.
A companhia afirmou que o programa terá 18 meses e envolverá até 20 milhões de ações ou 3,6% do total dos papéis emitidos pela companhia. Incluindo as ações já em tesouraria, o percentual sobe para até 10%.
Monitoramento
Para minimizar problemas com fornecedores indiretos de gado, a Minerva vem implementando medidas que mapeiam a origem e o caminho dos bovinos que são abatidos pela empresa.
A principal preocupação é quanto à questão de ilegalidades ambientais que podem ser cometidas por esse segmento dos pecuaristas e que são mais difíceis de rastrear.
A empresa afirma que deseja verificar que nenhum dos animais tenha passado por áreas desmatadas ilegalmente, embargadas pelos órgãos ambientais ou que empreguem trabalho análogo à escravidão – práticas proibidas por lei.
O “calcanhar-de-aquiles” para o monitoramento ambiental da cadeia pecuária, sobretudo na Amazônia, está em rastrear a origem do gado dos “fornecedores indiretos“.
Esses são os pecuaristas que vendem o bezerro ou o boi magro para o “fornecedor direto” – que é o pecuarista que vende o gado para abate e já é monitorado pelos grandes frigoríficos.
Caso esses animais sejam provenientes, em alguma etapa de sua vida, de áreas irregulares, acabam “contaminando” a imagem da indústria em relação à sustentabilidade ambiental.
Assim, para evitar surpresas desagradáveis com fornecedores indiretos, a Minerva Foods iniciou testes com o Visipec, ferramenta criada pela ONG National Wildlife Federation (NWF) e pela Universidade de Wisconsin-Madison .
Quem explica é o diretor de Sustentabilidade da Minerva Foods, Taciano Custódio, que apresenta como práticas nesta terça-feira (22) no webinar “Rastreabilidade: Soluções para Sustentabilidade“, promovido pela Mesa Redonda Global para Carne Sustentável .
“Os criadores do Visipec desenvolveram um software de avaliação que se baseia nas ofertas de GTAs e em suas ligações”, disse Custódio – a Minerva foi uma única empresa da América do Sul no evento.
BEEF3: GTA
GTA é a sigla para Guia de Trânsito Animal, um documento oficial e obrigatório no transporte de animais no país.
Na GTA, deve constar, entre outras informações, um adequado do transporte, conforme as condições sanitárias, a origem e o destino do animal.
O Ministério da Agricultura obriga a emissão do GTA em qualquer movimento de animais – até mesmo da estimação, como cachorros ou gatos.
“Essa é a ferramenta mais promissora para monitorar o risco dos fornecedores indiretos”, afirmou o executivo.
A companhia começou a testar o Visipec em agosto deste ano.
“É a primeira vez que isso está sendo testado na indústria exportadora, de capital aberto, é o primeiro teste nessa escala, ea expectativa é muito positiva.”
A expectativa, segundo Custódio, é que haja algum resultado formal entre e novembro.
“Por enquanto, são resultados muito preliminares”, diz.
O software está sendo testado em Mato Grosso, Pará e Rondônia, e é abastecido com as GTAs emitidas até determinado de 2019 – quando os dados sobre GTAs eram abertos.
Como a idade média de abate de bovinos nos frigoríficos da Minerva é de 30 meses, os animais abatidos em 2021 ainda está dentro da janela de abrangência do programa.
Enquanto isso, serão analisadas formas de melhorar, junto com o mercado e entidades de classe, o mapeamento de risco dos fornecedores indiretos – já que os GTAs são sigilosas agora e é nelas que o Visipec se baseia.
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