Desde meados de 2016, quando Michel Temer (MDB) comandava o país, a Petrobras (PETR3 e PETR4) iniciou os cálculos dos preços dos combustíveis baseando-se no mercado internacional. Assim, as variações começaram a ser repassadas com uma frequência ainda maior aos consumidores.
Após cinco anos, o combustível no Brasil concentra a maior alta da história, superando à inflação em mais de 30%. Por outro lado, a Petrobras deu uma reviravolta no prejuízo acumulado em anos, juntamente com lucros distribuídos aos acionistas.
Portanto, este mecanismo adotado para estabelecer os preços dos combustíveis desempenhou bons resultados à companhia, que alcançou um lucro líquido de R$ 42,9 bilhões no segundo trimestre deste ano.
Disparada dos preços
Em 2016, os preços dos combustíveis já tinham sido alinhados pela inflação. Sendo assim, o botijão de 13kg de gás de cozinha era vendido em média à R$ 69,21. Já o litro da gasolina, era comercializado à R$ 4,58, e o do diesel a R$ 3,76.
Isto posto, na última semana (18), o preço médio do botijão avançou 47% em um intervalo de apenas cinco dias, sendo vendido a R$ 101,96. O litro da gasolina chegou a aumentar 39%, avaliado a R$ 6,36, e o diesel sofreu alta de 32%, sendo comercializado a R$ 4,98.
Portanto, a elevação dos preços representa uma das principais razões para a inflação se encontrar em 10,25% no acumulado dos últimos 12 meses.
Motivação da alta dos combustíveis
Em resumo, a participação média da Petrobras no preço da gasolina chega em torno R$2. Do mesmo modo, o valor no litro diesel para a empresa é de R$ 2,49, e no preço do botijão de gás é de R$ 46,90.
De acordo com o general Joaquim Silva e Luna, presidente da companhia, há uma somatória de motivações que surtiram efeito diretamente no Brasil. “Quase como uma tempestade perfeita”, afirma.
Afinal, enfrentamos a crise causada pela pandemia, a crise hídrica e uma elevada alta nas commodities, incluindo petróleo e gás.
“A Petrobras recebe cerca de R$ 2 por litro [de gasolina] na bomba. Essa parcela, que corresponde à empresa, se destina a cobrir o custo de exploração, de produção e refino do óleo. Além de investimentos permanentes, juros da dívida, impostos e participações governamentais”, explicou o presidente da companhia.
Dólar e cotação do petróleo
Com base no preço de paridade de importação (PPI), a companhia considera seu lucro sobre a venda desses produtos no mercado internacional. À vista disso, a cotação do petróleo e do dólar induzem diretamente no preço estabelecido no país.
Sendo que, nos últimos anos, o dólar registrou uma alta de 74%. Logo, o preço de referência aos barris de petróleo, negociado em dólar, sofreu uma alta de 62%.
Além disso, têm os custos adicionais, bem como taxas portuárias, frete marítimo e transporte rodoviário, tidos no preço de paridade de importação.
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