Na última quarta-feira (22), o Copom (Comitê de Política Monetária) teve sua reunião periódica para decidir o novo índice de juros nacional, a Selic. A ocasião resultou no aumento de 1% da taxa, que saiu de 5,25% para 6,25% ao ano. Além disso, esta é a quinta alta consecutiva.
Por via de regra, a elevação da taxa Selic tende a prejudicar o rendimento dos fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Com efeito, os investidores acabam migrando para aplicações de renda fixa, que em um cenário como este, oferecem menos riscos e mais rendimentos.
Em contrapartida, desta vez, a alta da taxa ainda não afetou os fundos imobiliários. De acordo com analistas, estes investimentos seguem atrativos no mercado. Contudo, com a instabilidade de alta dos juros, ainda pode surgir um risco nas aplicações desse setor.
Aumento da Selic para 6,25%
Devido a persistência do aumento da inflação, a crise hídrica ganhando contornos e a preocupação de que as reformas fiscais sejam postergadas, o Comitê decidiu aumentar a taxa Selic em 1%, saindo de 5,25% para 6,25% ao ano.
Não é a primeira vez que a taxa dá um salto de 1 ponto percentual. Além disso, os números atuais da Selic chegaram a um patamar histórico de alta. Essa mudança gerou diversas críticas de economistas e especialistas, mesmo que a decisão seja benéfica para alguns investimentos de renda fixa.
Sendo assim, a demanda por imóveis e o acesso a crédito imobiliário vão reduzir com efeito no aumento de juros, o que pode pressionar o preço dos ativos.
Como funciona o rendimento dos FIIs?
Em suma, a rentabilidade dos fundos imobiliários é uma soma de aspectos que levam o investidor a obter segurança e uma boa rentabilidade. Portanto, os ganhos nessa modalidade de investimento são isentos de imposto de renda.
Além disso, a distribuição desses valores podem ser mensais, e grande parte dos FIIs, atualmente, estão apresentando uma média de lucro líquido bem superior a 100% do CDI todos os anos.
Desse modo, os investimentos com opção mensal é uma alternativa muito recomendada aos que desejam viver de renda ou alcançar a independência financeira.
Contudo, a rentabilidade dos FIIs varia bastante. Visto que os lucros dependem de uma série de fatores, tais como: a composição do patrimônio, situação do setor, valor das cotas entre outros.
Existe algum fundo que se beneficia com a alta?
De acordo com o analista Flávio Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, os fundos imobiliários de papéis tendem a valorizar com o aumento da taxa Selic, que lucram tanto com a escalada dos juros como com a inflação.
“Os fundos de papéis compram os de renda fixa. E dentro desses títulos, tem tanto IPCA quanto CDI. A inflação começa a se elevar e o fundo começa a pagar mais. Os rendimentos dos dividendos se tornam mais atrativos”, explica Flávio Oliveira.
Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, acredita no mesmo e afirma que, com a elevação da taxa de juros e a inflação altíssima, os fundos de papel são favoritos pelos investidores. Por exemplo, investindo em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e outros títulos de renda fixa.
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