O excesso de liquidez global pode levar à formação de bolhas em ativos na América Latina, mas ainda não chegamos lá, afirmou o chefe de soberanos e mercados emergentes da BlackRock, Amer Bisat, durante o GZero Summit América Latina, organizado pela Eurasia e B3.
“A primeira onda de QE [programa de afrouxamento quantitativo realizado pelos bancos centrais na crise financeira] também gerou um influxo massivo de capital nos emergentes, nós já vimos esse movimento antes, mas ainda não estamos lá [no nível de geração de bolhas]”, acrescentou.
De acordo com Bisat, o prêmio e o fluxo de capital externo neste ano ainda estão abaixo da média histórica. “A magnitude que vimos em 2020 dos influxos e o prêmio estão abaixo da média histórica.”
De acordo com o Valor Econômico, na visão do executivo “2021 parece que será um bom ano ciclicamente para os emergentes e como a procura por yields continua, vejo a América Latina como uma das oportunidades mais interessantes do momento”.
BlackRock: fundamentos
Conforme o jornal, Bisat ressalva que os fundamentos dos países da região são mais frágeis comparados aos pares emergentes da Ásia. “Comparado com os asiáticos os fundamentos são piores, mas os prêmios são mais elevados.”
Para a diretora da S&P Global, Lisa Schineller, os mercados parecem estar ignorando os desafios dos países da região no médio prazo. “Alguns países, como a Argentina, estão se movendo na direção do default e há muitos que enfrentam o desafio de administrar grandes déficits”, explicou.
Segundo ela, o momento ainda é de muitas incertezas em relação às iniciativas dos países para enfrentar os problemas estruturais pós-pandemia. “Duas perguntas importantes a serem feitas é se a covid exacerbou as fraquezas já existentes e quais respostas políticas serão dadas após a pandemia.”
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