O vice-presidente Mike Pence disse na noite de terça-feira (12) que não tentará destituir o presidente Donald Trump do cargo, pouco antes de a Câmara aprovar uma medida pedindo a ele e ao Gabinete que invoquem a 25ª Emenda.
De acordo com a CNBC, a câmara presidida pelos democratas aprovou uma resolução instando o Executivo a tirar Trump da Casa Branca porque ele ajudou a fomentar o ataque mortal da semana passada ao Capitólio. A Câmara aprovou a medida em uma votação de 223-205. Um republicano, o deputado Adam Kinzinger, de Illinois, o apoiou, e nenhum democrata votou contra.
Trump: Nancy Pelosi
Presidente da Câmara, Nancy Pelosi pressionou Pence para destituir o presidente. Ela disse que se o vice-presidente não agisse, a câmara votaria na quarta-feira para tornar Trump o primeiro presidente a ser acusado duas vezes. A Câmara parecia quase certa de acusar o presidente de crimes graves e contravenções depois que Pence rejeitou a via da 25ª Emenda.
“Não acredito que tal curso de ação seja no melhor interesse de nossa nação ou seja consistente com nossa Constituição”, escreveu Pence em uma carta a Pelosi. Ele não mencionou o nome de Trump.
Precedente terrível
Pence argumentou que usar o processo agora “abriria um precedente terrível” porque a emenda conforme escrita se aplica a casos de incapacidade ou deficiência presidencial. Ele escreveu que “a energia de nossa administração é direcionada para garantir uma transição ordeira” para a administração do presidente eleito Joe Biden.
Embora Pence não tenha mencionado especificamente a pressão do impeachment, ele pediu ao Congresso “que evite ações que dividam e inflamem ainda mais as paixões do momento” enquanto “nos preparamos para inaugurar o presidente eleito Joe Biden como o próximo presidente dos Estados Unidos”.
25ª Emenda
A medida da 25ª Emenda aprovada pela Câmara não obriga os secretários de Pence e de Gabinete a agir. O líder da maioria na Câmara, Steny Hoyer, D-Md., Tentou aprovar a resolução por consentimento unânime na segunda-feira. O deputado Alex Mooney, RW.Va., bloqueou.
Os democratas, que na segunda-feira apresentaram um artigo de impeachment contra Trump, disseram que têm votos suficientes para acusar o presidente de altos crimes e contravenções. Pelo menos cinco republicanos se juntarão aos democratas no impeachment do presidente.
Capitólio
A insurreição no Capitólio, que deixou cinco pessoas, incluindo um policial morto, desencadeou uma corrida para responsabilizar Trump com apenas alguns dias restantes em seu mandato. Os defensores de sua destituição dizem que deixar o presidente no cargo até a posse de Biden na próxima quarta-feira representa um risco muito grande.
Alguns membros de ambos os partidos disseram que preferem censurar o presidente, em parte porque o Senado pode não ter tempo suficiente para remover Trump, mesmo que a Câmara envie artigos pelo Capitólio o mais rápido possível. Mas aqueles que apoiam o impeachment argumentam que um voto de censura simbólica não responsabilizará Trump por seu papel no motim que ameaçou a vida dos legisladores e interrompeu sua contagem da vitória eleitoral de Biden – um passo formal na transferência pacífica do poder.
Trump
Trump falou publicamente na terça-feira pela primeira vez desde a rebelião no Capitólio. Ele não assumiu nenhuma responsabilidade pela violência da turba e alertou que um segundo impeachment poderia ser perigoso para o país.
Falando no final do dia no muro da fronteira no Texas, Trump fez uma vaga ameaça contra Biden enquanto insistia que Pence e seu gabinete não o destituiriam do cargo.
“A 25ª Emenda é de risco zero para mim, mas voltará para assombrar Joe Biden e o governo Biden”, disse ele. “Conforme a expressão vai, tome cuidado com o que deseja.”
Votação
A votação da Câmara na terça-feira ressaltou as ondas de tensão reverberando por um Capitólio abalado. Limites fortificados cumprimentaram os legisladores do lado de fora do prédio, e lá dentro eles encontraram mais forças de segurança e um detector de metais no caminho para o andar da Câmara. Alguns republicanos da Câmara se recusaram a passar pelo detector de metais ou a ter suas malas revistadas, de acordo com repórteres do Capitólio.
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