![Ânima (ANIM3) apresenta oferta maior por ativos e Laureate encerra conversa com Ser](https://1bilhao.com.br/wp-content/uploads/2020/10/university-105709_1280.jpg)
Depois de ter a liminar que paralisava o processo de venda de seus ativos derrubada, a norte-americana Laureate, que por aqui detém a FMU e Anhembi Morumbi, poderá seguir com os trâmites do negócio com a Ânima (ANIM3), escolhida por ela como a melhor oferta em um processo altamente competitivo que já culminou com uma ação na Justiça.
Segundo o Estadão, mesmo que na teoria o caminho esteja livre, a empresa terá que enfrentar, no paralelo, um processo arbitral já requerido pela Ser Educacional, de Janquiê Diniz, que estava na briga pelos ativos, mas que acabou sendo preterida.
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Sem urgência
Conforme o jornal, o juiz que analisou o caso e decidiu na noite de ontem derrubar a liminar apontou que não havia mais urgência que justificasse a medida cautelar, visto que o negócio, seja qual for o comprador dos ativos, precisa passar pelo escrutínio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), processo que leva meses.
Fora isso, o entendimento foi de que o caso está nas mãos de um tribunal arbitral, não sendo mais necessária, dessa forma, a liminar.
Laureate
Sem a liminar que a impeça de seguir com a transação, a Laureate já demonstrou que é exatamente essa sua intenção, ao notificar oficialmente a Ânima de que sua oferta foi apontada como “superior de forma definitiva”, mesmo em meio ao imbróglio na Justiça e com o processo arbitral à ser enfrentado.
Na mesma notificação disse que foi finalizado o período em que a Ser Educacional poderia ter equiparado sua oferta vinculante, conforme fato relevante da Ânima, com a data de ontem, dia 27.
“Embora a Ser ainda tenha uma ação judicial alegando que a rescisão do contrato de transação não obedeceu à decisão sobre o mérito da proposta superior (direito de go-shop), agora esperamos que a Laureate avance rapidamente e assine o acordo com a Ânima”, segundo relatório do BTG Pactual, assinado pelos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim.
Ser Educacional
A Laureate e a Ser tinham fechado um acordo para a venda dos ativos em meados de setembro, envolvendo um pagamento de R$ 4 bilhões, com pagamento em caixa de R$ 1,7 bilhão pela Ser, incluindo a assunção de dívidas de líquida de R$ 623 milhões e o restante em ações da empresa.
A questão é que o acordo continha uma cláusula que previa que a Laureate tinha direito ao “go-shop”, o que na prática significasse a chance de buscar uma oferta mais vantajosa, mas dando à Ser o direito de equiparar as condições.
Foi assim que chegaram mais duas propostas à mesa: da Yducs, de R$ 4 bilhões, e a da Ânima, de R$ 4,2 bilhões, considerando no valor também as dívidas a serem assumidas.
Fontes de recurso
O entendimento da Ser, que decidiu não fazer uma oferta concorrente, apesar de ter esse direito, foi de que a proposta da Ânima não respeitava um predicado do acordo ao não apresentar as fontes de recursos para efetuar a transação.
A proposta, na sua visão, continha uma contingência financeira. No entanto, a Laureate entendeu a oferta da Ânima como válida, a Ser buscou, imediatamente, a liminar na Justiça para manter o acordo que tinha sido fechado de pé.
A Ser informou hoje que no dia 23 de outubro requereu a instauração do respectivo procedimento arbitral para se discutir o exercício do direito de “go-shop”.
Arbitragem
A arbitragem injeta a possibilidade de reviravoltas no caso, já que seu desfecho ainda é incerto. O próprio juiz, ao derrubar a liminar da Ser, colocou que “caso esse (o tribunal) venha a manter o contrato original entre a Ser e a Laureate, simplesmente cessa-se o processo de compra pela terceira Ânima, já tendo o mercado absorvido o risco da contenda, que se tornou presente desde a propositura deste procedimento antecipatório”, conforme o documento, que foi expedido na noite de ontem.
Segundo uma fonte, o desafio também recai sobre a Ânima, que precisa ir ao mercado para buscar recursos para financiar a transação e por isso acredita que ela terá que vender ativos de seu portfólio para poder bancar a operação.
Em comunicado ao mercado, a Anima destacou que para o financiamento da transação conta com R$ 793 milhões em caixa, um financiamento de R$ 3,3 bilhões junto a bancos, em uma emissão de debêntures coordenada pelo Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.
O restante virá de um contrato firmado com a Farallon, que comprará a FMU tão logo o acordo com a Laureate seja firmado, operação de pré-venda que também foi pensada a evitar questionamentos do Cade.
Veja ANIM3 na Bolsa:
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