O conselheiro da Usiminas, Luiz Carlos Miranda de Faria, o ex-presidente da Fundação São Francisco Xavier, Luis Márcio Araújo Ramos, e outros quatro foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com o G1, foram desviados mais de R$ 2,3 milhões enquanto Luiz Carlos era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa).
A investigação está sob a tutela do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Ipatinga (MG), em conjunto com o Ministério Público do Trabalho.
A denúncia apresentada à Justiça foi aceita pelo Juiz de Direito Luiz Flávio Ferreira.
Manipulação de acordos
De acordo com o documento, o conselheiro, na época presidente do Sindipa, manipulava acordos e convenções de trabalho com o intuito de “beneficiar” a siderúrgica.
Ainda segundo a denúncia, em troca a Usiminas repassava dinheiro para o sindicalista através de falsos contratos de prestação de serviços pelo sindicato e através da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), entidade controlada pela siderúrgica.
De acordo com o GAECO e o MPT, o ex-presidente da FSFX, Luis Márcio, foi o elo entre a Usiminas e Luiz Carlos.
Além disso, outras quatro pessoas exerciam cargos de fachada no Sindipa e contribuíram para o esquema.
Aluguel superfaturado
A denúncia relata que um imóvel, que era de propriedade da Usiminas, foi cedido ao sindicato mediante comodato.
Posteriormente, foi firmado um contrato de aluguel desse imóvel entre a FSFX e o Sindipa.
Segundo o documento, entre junho de 2010 e maio de 2013, a Fundação São Francisco Xavier pagou o valor de R$ 70 mil por mês de aluguel, chegando ao valor de quase R$ 2,5 milhões ao fim do contrato.
“Embora transferida a propriedade, as parcelas referentes ao aluguel perduraram até o término do mandato da diretoria, presidida pelo denunciado Luiz Carlos Miranda. Ressalte-se que, logo após a saída do denunciado do Sindipa, o mesmo aluguel foi reajustado para R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos mil reais), ou seja, houve decréscimo em 20 vezes o valor inicialmente ajustado pelas partes”, disse a denúncia.
Uma ata de audiência junto com o Ministério do Trabalho, realizada em 2014, mostra que o valor acordado de R$ 70 mil se deu pelo fato da “extrema necessidade de locação que havia naquela época”.
Prestação de serviços
Ainda de acordo com o GAECO e o MPT, para “dissimular” o repasse, a FSFX e o sindicato assinaram um termo de parceria de prestação de serviços de saúde pelo sindicato aos funcionários da fundação.
O documento destaca ainda que para “maquiar” os repasses, foi criada uma empresa fantasma no nome do diretor financeiro do sindicato na época. Ele era o responsável por receber os valores e repassar a Luiz Carlos.
Segundo a denúncia, a empresa recebia “empréstimos” do sindicato e os valores não eram devolvidos. “Sendo uma forma direta de ‘lavar’ os valores que ingressavam, de acordo com os registros financeiros do sindicato”.
De acordo com o GAECO, a empresa fantasma recebeu mais de R$ 3 milhões em “empréstimos promissórios” que não foram devolvidos ao sindicato.
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