O Banco Inter (BIDI3, BIDI4 e BIDI11) informou ao mercado na última quinta-feira (7) que faria uma reorganização societária. De acordo com o banco digital, essa reorganização demanda pela saída de todas as suas ações da Bolsa de Valores brasileira (B3), seguida pela listagem no índice Nasdaq dos Estados Unidos.
No entanto, para os brasileiros, a instituição financeira disponibilizará BDRs (Brazilian Depositary Receipts – certificados que representam ações de empresas negociadas no exterior).
Mesmo assim, algumas pessoas estão confusas com a notícia e se perguntam os motivos da retirada, assim como qual o futuro dos investidores desse novo cenário.
Portanto, entenda o que acontecerá com os investidores do Banco Inter e os motivos da reorganização:
Razões e contexto
Para entender os possíveis motivos da decisão do Inter é necessário olhar para todo o contexto que o trouxe até aqui. As ações do banco digital tiveram uma queda forte no mês passado, caracterizando seus ativos como os que mais caíram na B3 em setembro.
Essa baixa drástica pode ter sido causada por uma junção de razões. Entre elas, o cenário externo cauteloso, o interno bagunçado, além do boato de que talvez o Banco Inter fosse ter um provisionamento (previsões de perda) muito grande.
Junto com tudo isso, a junção do Banco Inter com a empresa de maquininhas Stone (STOC31). Depois desse movimento, o mercado se questionou muito. Afinal, devido ao Pix e as facilidades de pagamentos, muitas empresas de cartão de crédito estão em declínio.
O que acontece com os acionistas?
Basicamente, com a saída do Banco Inter da B3 e a sua entrada na Bolsa de Tecnologia Americana (Índice Nasdaq), as ações daqueles que investiam no banco digital serão substituídas por BDRs.
Na prática, um investidor que tem 100 ações do Inter na B3, vai receber o equivalente a 100 ações em BDRs. Contudo, isso vai depender de quanto valerá um BDR da empresa, podendo ser uma quantidade maior do que a de ativos aqui no Brasil.
Influência do Nubank
De acordo com analistas, o Banco Inter decidiu seguir os paços do Nubank, maior banco digital do mundo, que também vai abrir seu IPO na Nasdaq. A questão é que os EUA têm uma cultura de investimentos muito maior em fintechs.
Isso porque uma das características desse tipo de empresa é dar prejuízo no começo, com a promessa de crescer no futuro, que é exatamente o que acontece com os bancos digitais. do Brasil
Tanto o Nubank quanto o Inter possuem um modelo de negócio escalável, ou seja, as empresas conseguem crescer muito sem necessitar de uma estrutura física da mesma proporção.
Além disso, eles têm um modelo de negócios replicável, podendo adotar a fórmula e aplicá-la em outros países. Em suma, a conclusão do ato do Banco Inter resulta em um planejamento de crescimento externo.
Nem tudo é flores
Como tudo na vida, essa atitude do banco digital tem seus lados negativos, principalmente quando o assunto é o investidor brasileiro.
O lado ruim é que não vai haver isenção de Imposto de Renda (IR), cerca de 15% em cima do lucro. Além disso, em relação aos dividendos, há possibilidade dos investidores não terem mais direitos a esse benefício.
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