O grupo de educação Cogna (COGN3) vai reduzir a atuação de sua unidade de ensino superior Kroton para focar os negócios em cursos de mensalidades elevadas, considerados “premium”, algo que prevê eventuais aquisições da companhia em áreas como medicina.
A companhia teve prejuízo de R$ 140 milhões no segundo trimestre, fortemente afetada pela queda de receita e aumento da inadimplência diante dos efeitos da pandemia do coronavírus.
Segundo a Reuters, as ações da companhia lideravam as perdas do Ibovespa na sexta-feira, mostrando baixa de mais de 3% às 11h40.
Presidente da Cogna, Rodrigo Galindo disse que “premium não é só medicina, mas é um deles. Não descartamos oportunidades de aquisição. Temos quatro escolas hoje e pretendemos ampliar exposição”.
Ele conversou com analistas na web conferência de resultados.
COGN3: EaD
Enquanto foca nos cursos premium, que cobram preços de mensalidades maiores, os cursos presenciais da Kroton fora deste espectro vão ser reestruturados para versões via ensino à distância.
O objetivo é reduzir os custos da companhia, que no primeiro semestre sofreu queda de 43% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) frente a primeira metade de 2019.
A Cogna quer acelerar o processo de reestruturação da Kroton, com a maior parte das ações para isso devendo ocorrer entre este semestre e o início de 2021.
Isso ocorre diante de um cenário em que as provisões para inadimplência deverão continuar pressionando a margem da companhia nesta metade do ano.
No segundo trimestre, a empresa foi mais restritiva na política de renegociação de dívida de alunos inadimplentes, o que deve impactar as rematrículas do segundo semestre.
COGN3: mais restritivos
“Estamos mais restritivos com alunos que geram pouco caixa. Estamos fazendo redução do presencial e queremos fazer isso de forma ágil e intensa e focar no EAD e plataformas digitais, o que deve ajudar o crescimento da geração de caixa no médio e longo prazos”, afirmou Galindo ao detalhar a estratégia do grupo para a Kroton.
Também como parte da estratégia, a Kroton vai deixar de oferecer produto próprio de financiamento (PEP) a partir de 2021, cuja penetração na captação de alunos caiu a 6% no segundo semestre, ante nível de 12% em 2019.
Segundo a empresa, isso será possível diante do foco que será dado no segmento premium e pela expansão da oferta de cursos online, mais baratos que presenciais, aos estudantes.
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