Serviços e Comércio superam as expectativas do mercado

O economista Matheus Jaconeli, da Nova Futura Investimentos, se dedica a acompanhar e analisar a economia brasileira diariamente. A pedido do 1Bilhão, ele analisa os riscos fiscais e a Bolsa de valores.

Essa semana o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou números importantes em relação à atividade econômica, relacionados aos Serviços e ao Comércio.

As Vendas no Varejo e O Volume de Serviços, ambos indicadores, tiveram desempenho acima do esperado, indicando que a atividade econômica do Brasil teve desempenho acima do esperado no começo do último trimestre do ano.

Começando pelas vendas no varejo divulgada na quinta-feira (10), o indicador teve alta de 0,9% ao mês e, ao ano, houve elevação de 8,3%.

Dentre as oito categorias que compõe o índice, sete registraram crescimento. O indicador é um importante dado do consumo das famílias que ainda é, de certa maneira, um indicativo da manutenção da renda ocasionada pela política de renda por parte do governo, apesar do nível de renda ser menor que o registrado anteriormente à pandemia.

Contudo, tal dinamismo precisará ser confirmado no ano que vem por conta do fim do auxílio emergencial.

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Setor de serviços

Quanto ao setor de serviços, também houve avanço acima do esperado no mês de outubro, com alta de 1,7%, apesar do número ainda não ser suficiente para que o indicador fique positivo na perspectiva anual, continuando com queda de 7,4%.

Contudo, já acumula a quinta alta acima do esperado ao mês contribuindo para o avanço da atividade da economia brasileira que é fortemente dependente do setor para se recuperar, tendo em vista que boa parte dos negócios são formados por companhias do setor.

Pandemia

As dificuldades pelas quais o setor enfrentara ao longo desse ano se deve, especialmente, à pandemia gerada pela COVID-19, pois, diferentemente do comércio que conseguiu, em grande medida, se adaptar ao comércio online, o setor de serviços dependia fortemente das vendas físicas e dos locais onde os serviços são prestados, fazendo com que muitos negócios parassem de funcionar temporariamente ou, até mesmo, fechassem as portas.

A reabertura da economia brasileira, principalmente entre setembro e outubro, contribuiu para que o setor tivesse um novo fôlego, beneficiando os fornecedores de serviços como bares, restaurantes, academias, bem como outros tivessem a oportunidade de voltar a fazer negócios e dar um novo estímulo à economia do país.

Retomada

A retomada do setor é importante, pois é exatamente a falta de um setor de serviços mais robusto que impediu que a economia do país chegasse aos mesmos patamares do pré-crise no terceiro trimestre, quando o PIB registrou alta de 7,7% ao trimestre e de 3,9% ao ano, com os serviços gerando impacto positivo no indicador trimestral de 6,3%, mas com retração de 4,8% ao ano.

Vale lembrar que, apesar do sinal de recuperação mensal, é preciso se atentar para os riscos que a COVID-19 ainda apresentam ao setor. Algumas capitais já mostram sinais de avanços consistentes no aumento no número de internações de infectados pela doença forçando os governos a diminuir o horário de funcionamento de shoppings, lojas, restaurantes e outros locais de prestação de serviços.

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