A movimentação do mercado financeiro e as projeções econômicas recentes indicam que a melhor opção para o investidor em 2021 é evitar tomar risco.
A afirmação é do CEO do Grupo DMCard, Denis Correia, para quem os reforços bilionários nas reservas dos bancos como preparação para um cenário econômico desafiador e expectativa de um salto da inadimplência no próximo ano são, por si só, um alerta ao varejo.
“Apesar da sensação de melhora, o momento pede foco em seu núcleo de negócio”, disse o especialista. “Estamos às vésperas de entrar no último trimestre do ano e um período de pandemia que já se estende além do que o mercado previa suportar, o varejo começa a acreditar que o pior já passou. Aos poucos, o comércio retoma suas atividades e o auxílio emergencial do governo estimula o consumo. Alguns setores, como o supermercadista, acabaram sendo pouco impactados pela crise se comparados a outros, como os restaurantes, lojas e prestadores de serviços.”
Conjuntura
Segundo Correia, o início das recomendações de isolamento social levou à conjectura de uma crise iminente, os bancos deram início a provisões bilionárias em suas reservas contra a perda de crédito.
“Hoje, passados cinco meses em quarentena e apesar de um novo fôlego, estas mesmas instituições fazem novas rodadas de aporte, reforçando sua proteção aos riscos de inadimplência e de uma crise que, na verdade, acredita-se que ainda pode estar por vir”, disse.
Para ele, com essa movimentação dos bancos, os empresários receberam o recado. “O mais seguro é respeitar a luz amarela e deixar os riscos para as instituições financeiras que estão preparadas para esse cenário. Pois elas acabam servindo como um amortecimento para que o impacto dessa crise lá na ponta, na relação direta do varejista com seu consumidor, seja o menor possível”, frisou.
Gastos racionais
De acordo com ele, diante dos sinais de que os auxílios emergenciais serão reduzidos pela metade e não devem ter continuidade em 2021, os gastos se tornaram cada vez mais racionais e devem priorizar o consumo básico.
“O varejo deve estar alerta, mas não intimidado. O importante é estar consciente que deve manter o foco em seu negócio, evitando investir em áreas incertas, como o crédito”, destacou.
“Para os supermercados, ao se concentrar em seu core business, como no atendimento ao seu cliente e na relação com fornecedores, os benefícios acabam indo muito além de evitar os riscos da inadimplência. Há um reflexo direto nas vendas”, explicou.
Correia tem se dedicado a auxiliar pessoalmente redes varejistas que administram a própria carteira de crédito a migrarem para um modelo em que contam com uma parceira especializada que assume a gestão e está totalmente preparada para o risco.
Exemplo
Conforme o especialista, um exemplo latente é o caminho seguido por uma rede mineira de supermercados que está entre os maiores varejistas do país.
Correia diz que essa empresa, no segundo semestre de 2018, entregou para a DMCard a gestão de seu cartão private label que, até então, era administrado internamente. Após um período de transição, em janeiro de 2019, 100% de sua carteira de clientes estava confiada à especialista em cartões de crédito de marca própria.
“Já em janeiro de 2019, imediatamente após essa mudança, as vendas realizadas pelo cartão da loja totalizaram pouco mais de R$ 17 milhões. O montante representou mais do que o triplo do que foi movimentado em dezembro nos cartões ainda administrados pela própria rede, que foi de R$ 5,5 milhões”, elencou.
E disse mais: “após um ano de parceria, em um único mês, o volume de compras nos cartões chegou a quase R$ 30 milhões. Ou seja, comparado com o último resultado da gestão interna, o crescimento naquele período foi de quase 500%. Além disso, o ticket médio por compra para com o private label também deu um salto de 40%.”
Segundo ele, a DMCard é uma das instituições financeiras empresas de cartões que possui o selo RA1000 do portal ReclameAQUI.
Mitigar riscos
Correia afirma que ao focar a atenção em seu modelo de negócio e real propósito da companhia, o varejista deve se preocupar não apenas em minimizar o seu próprio risco, mas também o risco de seus consumidores e seu poder de compra.
“No momento, a DMCard está preparada para a emissão de debentures de até R$ 200 milhões em uma operação estruturada com a Pátria Investimentos. Em um cenário econômico instável, conseguir esse crédito reafirma a grande confiança do mercado na solidez da companhia”, disse.
Para esta emissão, a DMCard criou uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a DMCard Securitizadora S/A, tendo como sua controladora a DMCARD Cartões de Crédito S/A. Uma estrutura que obteve um rating BBB atribuído pela Fitch Ratings, o que significa que detém boa qualidade de crédito e capacidade em honrar suas obrigações financeiras.
“O Grupo DMCard continua rentável e nossos resultados, aliados a esta movimentação, demonstram que seguiremos em forte expansão, apoiando o crescimento sustentável das vendas de nossos parceiros supermercadistas e permitindo que enfrentem o futuro com segurança”, conclui o CEO.
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