O ano de 2020 ficará marcado pela grande variação nos preços e taxas dos títulos privados, como debêntures. Levantamento realizado pela POP BR, empresa da consultoria LUZ Soluções Financeiras, mostra que houve um grande aumento nos prêmios (juros) pagos por esses papéis.
De acordo com o Valor Econômico, ao analisar cerca de 900 debêntures, a empresa identificou que, até 20 de outubro, os papéis que acompanham o CDI apresentavam um aumento médio de 139,40% no prêmio pago este ano.
Com a queda do CDI ao longo do ano, os papéis que acompanham o indexador foram os que apresentaram maior alta no spread, ou seja, no prêmio pago pelos títulos.
Quando observados os títulos separados por notas de classificação de risco (ratings), o destaque ficou com as debêntures com rating AAA, o nível de empresas com menor risco de darem o calote. Neste caso, o aumento chegou a 280% no acumulado do ano. O pico de alta foi observado no segundo trimestre, refletindo as incertezas com a crise e os avanços da covid-19.
Debêntures: preço unitário
Conforme o jornal, vale lembrar que o preço unitário do título é inversamente proporcional ao prêmio do papel. Uma forte alta no prêmio quer dizer que os investidores estão com mais receio, seja sobre a condição financeira da empresa ou do mercado. E conforme os juros sobem, os papéis se desvalorizam.
A POP BR também avaliou títulos de dívida de empresas que são indexados ao IPCA, índice que mede a inflação oficial do Brasil. O prêmio médio desses papéis aumentou 47,55% no acumulado deste ano até 20 de outubro.
O levantamento
O levantamento também contemplou a evolução do preço unitário (PU) de cada ativo em relação ao PU Par (que considera a cotação atualizada do título, já com todas as correções desde a emissão).
Neste caso, é possível notar uma desvalorização dos papéis, em todas as categorias de rating. Em média, a queda foi de 3,25% nos ativos indexados ao CDI. Os ativos com rating AAA foram os mais impactados e apresentam uma desvalorização acumulada de 3,55% de janeiro a 20 de outubro.
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