Sem poder ter controle da XP Investimentos ou participar da gestão da empresa, o Itaú (ITUB4) decidiu transformar sua participação de 41,05% em uma nova empresa e vender no mercado os outros 5% que detém. A informação é do Globo.
Conforme o jornal, para o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, sem o controle e ingerência nas decisões da XP, a empresa se transformou num ativo financeiro e não num ativo estratégico.
“O objetivo original era adquirir o controle da XP, mas o Banco Central vetou essa possibilidade. Então, decidimos transferir esse ativo aos acionistas através da criação de uma nova empresa, que será listada na B3. Com isso, damos a opção para o acionista fazer o que quiser com esses papéis”, disse o executivo.
E acrescentou: “a possibilidade de venda dos 5% restantes das ações, explicou Bracher, é uma forma de monetizar o investimento.”
ITUB4: hora de destravar
De acordo com o Globo, o Itaú continua achando a XP um excelente negócio (o banco comprou sua participação na empresa por pouco mais de R$ 6 bilhões em 2017), mas entendeu que era hora de ‘destravar’ o valor desse investimento aos acionistas, que receberão ações da nova empresa.
“Não podemos tratar a XP como uma atividade do banco. Sendo assim, não há razão para não destravar o investimento e distribuir o valor entre os acionistas. O momento chegou. Se tivéssemos o controle, não poderíamos fazer isso”, afirmou Bracher, lembrando que as condições de mercado permitem fazer a operação.
Compromisso
O Itaú ainda possui o compromisso de compra de 11,5% das ações até 2022, pelo acordo feito durante o negócio. Bracher não informou se esse compromisso será exercido, mas sinalizou que a aquisição pode acontecer, já que os preços são muito atrativos. A compra depende de aprovação do Banco Central.
A Itaúsa, controladora do banco, informou em fato relevante, que não pretende alienar participação relevante na possível nova companhia resultado da segregação dos negócios do Itaú Unibanco e a XP Investimentos, ao menos no curto prazo, e que atuará alinhada com a XP.
A Itaúsa informou que deteria 15,35% do capital da corretora se a cisão ocorrer.
Concorrência
O presidente do Itaú afirmou que a decisão de criar uma nova empresa e vender parte das ações não foi motivada pelo aumento da concorrência para investimentos ou pela recente ‘rusga’ entre o banco e a XP.
Com um anúncio veiculado no intervalo do Jornal Nacional, o Itaú Personnalité criticava o modelo de remuneração dos agentes autônomos de investimento (AAI), que recebem comissões diferentes por cada tipo de produto que oferecem ao cliente.
A peça dirigida por Fernando Meirelles não citava a XP, mas a “carapuça serviu” de imediato, já que mais de 80% dos agentes são vinculados à corretora de Guilherme Benchimol.
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