O IPCA (índice de Preço ao Consumidor Amplo), que é o indicador de inflação ao consumidor ficou, para o mês de dezembro, em 1,35% versus 1,21% do mercado e 1,19% do BTG Pactual.
Em 12 meses, IPCA ficou em 4,52% também acima das expectativas de 4,37% do mercado e 4,35% do BTG Pactual. Esta é a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002.
De acordo com os analistas Álvaro Frasson e Luiza Paparounis, apesar da desaceleração de seu dado de novembro (2,54%), o segmento de alimentação e bebidas continua sendo um dos destaques do índice, avançando 1,74% no mês, destaque para a aceleração de alimentos em domicílio, registrando alta de 2,12%.
Já o segmento alimentação fora de domicílio acelerou 0,77%, variação maior que em novembro (0,57%), o que pode representar aceleração para a inflação de serviços. O segmento de alimentação e bebidas encerra o ano com alta acumulada de 14,09% em 2020.
Destaques
Conforme eles, outro destaque foi o segmento de habitação acelerando 2,88% no mês vindo de 0,44% em novembro, influenciado pela elevação da tarifa bandeira de dezembro para Vermelho 2, o nível mais alto, com isso o item de energia elétrica avançou 9,34% no período.
Além disso, no mês de dezembro, destaque para transportes (1,36%) por conta da aceleração nos preços das passagens aéreas que haviam desacelerado em novembro, aceleraram 28,05% no mês, por conta do aumento sazonal dos preços. Além disso, transporte por aplicativo acelerou 13,20%, o que representa o fim gradual do isolamento social.
Setores
Artigos de residência acelerou 1,76%, influenciado por altas em mobiliário (2,92%) e eletrodomésticos (1,00%). Nenhum segmento recuou no mês de dezembro.
“Como esperado pelo mercado, o índice acelerou em relação a novembro (0,89% m/m). Impulsionado, pelo aumento da tarifa elétrica, pelos preços das passagens áreas e apesar da desaceleração, ainda é pressionado pela inflação em alimentação e bebidas, esta que pressiona a inflação de curto prazo”, disseram.
Para os analistas, esta forte aceleração no segmento de alimentos e bebidas em 2020 estabelece uma base de comparação alta para 2021 sendo um vetor deflacionário. Além disso, o fim do auxilio emergencial também representa um vetor baixista para a inflação de alimentos. “Contudo, a tendência de alta nos preços das commodities em 2021 pode ter impacto altista para a inflação de alimentos. Com isso, há riscos para ambas as direções para a inflação de alimentos”, destacaram.
Após este resultado, o IPCA de 2020 ultrapassa o centro da meta inflacionária estipulada pelo Banco Central (4,0%), mas ainda dentro do intervalo de 1,5% para cima e para baixo.
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