Especialistas do mercado financeiro comentam sobre as expectativas do mercado acerca dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Com o intuito de aquecer o varejo e injetar aproximadamente R$ 40 bilhões na economia do país, iniciaram-se os saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Quando noticiada a liberação, expectativas foram geradas, isso porque em 2017, a economia acelerou 1,1% e mais de 0,60% dessa aceleração se deu por conta disso. Os dados do IBC-Br registraram crescimento em 1,7% no período de um ano e só no 2º trimestre de 2019, o crescimento representa 0,4% desse número. Espera-se também que haja ainda mais agendas para incentivar a economia brasileira ao longo deste ano.
Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, a liberação não deve ter grande impacto agora. “O impacto para o mercado financeiro já aconteceu no anúncio, o varejo já reagiu bem”, afirma. Ele segue e diz que a boa reação pode ter ligação com os gastos que já aconteceram na expectativa pelo FGTS. “Especula-se que muitas pessoas anteciparam que receberiam o FGTS e já começaram a consumir, antes mesmo de receber. O fator é positivo apesar de ser uma medida temporária”. Ele enfatiza que a medida não resolve as questões presentes no cenário econômico do país. “Que fique claro que é algo breve, não resolve as questões da economia brasileira”, explica Laatus.
Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, acredita que a semana no mercado começou com otimismo, porém isso foi um impacto das questões externas, “O mercado começou a semana mais otimista, mas bastante puxado pelas notícias externas que acabam impactando mais do que a própria liberação”. Casabona aponta que apesar de não ter um grande impacto, segue sendo um fator que movimenta o mercado. “De qualquer maneira, a liberação do FGTS puxa o mercado, pois a entrada de dinheiro vai ajudar a fomentar a economia”. Ela afirma que o impacto da liberação só será sentido de fato nos dados futuros.
O Operador de Renda Fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio, explica que a liberação do FGTS apesar do pouco impacto no mercado em geral, é algo que movimenta grandemente o varejo. “A liberação tem um impacto grande para a área varejista, pois alavanca as famílias e muitos pagam as dívidas, além disso o setor bancário também pode lucrar”. Ele aponta que a semana foi impactada positivamente em maior parte pela possibilidade do acordo entre EUA e China. “O andamento das reformas também impactou a semana, sendo um fator positivo, mas também se deve, mesmo que pouco, ao FGTS”. Ele aponta que o pagamento de dívidas pode alavancar o consumo, mas que o impacto segue baixo. “A maioria das pessoas vai pagar dívidas, então isso abre portas para o consumo, hoje se espera um impacto menor que o da primeira liberação”, finaliza Alírio.
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