Bolsa: saída de estrangeiros chega a R$ 88 bi até setembro, o dobro de 2019

Bolsa: saída de estrangeiros chega a R$ 88 bi até setembro, o dobro de 2019

Os estrangeiros continuaram retirando dinheiro da Bolsa. De acordo com dados divulgados pela B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, o saldo negativo no ano até o dia 29 de setembro soma R$ 88,2 bilhões.

Segundo o Estadão, o valor representa o dobro do registrado em todo o ano passado, quando os estrangeiros levaram de volta para casa R$ 44,5 bilhões.

O ápice da retirada aconteceu no dia 23, quando no acumulado do ano as retiradas chegaram a R$ 89,2 bilhões.

Entradas e saídas de capital estrangeiro seguem oscilando, de acordo com o noticiário sobre avanços na busca de uma vacina contra a covid-19 e medidas mais duras anunciadas por alguns governos para conter uma segunda onda da pandemia.

Também entram na conta o crescimento do risco fiscal, ruídos do governo e a imagem desgastada da política ambiental do País.

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Setembro

Conforme o jornal, apenas em setembro foi registrado saldo negativo de R$ 2,89 bilhões. No acumulado do terceiro trimestre, faltando os dados de apenas um pregão para o encerramento do período, as retiradas somam quase R$ 12 bilhões.

Esses volumes são referentes aos recursos do mercado secundário da Bolsa, no qual investidores colocam dinheiro em empresas que já têm capital aberto no País.

Ao impresso, o responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual Digital, Jerson Zanlorenzi, disse que uma fuga de recursos desse porte não está atrelada a um único motivo.

“O primeiro viés está ligado ao risco de imagem: a questão ambiental combinada a ruídos no âmbito político”, diz ele. “O segundo ponto é a parte de risco fiscal, que tem sofrido uma degradação significativa e corrobora à tese da cautela dos estrangeiros com relação ao Brasil.”

O fator mais significativo, no entanto, segundo Zanlorenzi, é a aversão ao risco global. “Os investidores estão menos dispostos a colocar o pé para fora de seu território, diante de tanta instabilidade (pandemia, eleições nos EUA, etc)”, afirma.

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