A inflação no Brasil atingiu patamares inesperados. Isso porque, com os preços cada vez maiores e o poder de compra da população enfraquecido, os investidores se veem preocupados e apreensivos.
Chegando a 8,35% no acumulado de 12 meses, a inflação não pretende parar. As perspectivas mostram que a taxa vai continuar subindo, principalmente com questões como o frio intenso e a crise hídrica.
Nesse cenário, o mercado financeiro se encontra aflito. Então, a pergunta vira: como proteger os investimentos da inflação? É aí que o Bitcoin aparece em cena, podendo ser uma espécie de “vacina” contra a inflação e seus sintomas.
Imunidade garantida ?
De acordo com Ricardo Dantas, especialista e CO-CEO da Foxbit, corretora brasileira de criptomoedas, o Bitcoin foi criado para ser imune à inflação.
“O Bitcoin por conceito é feito para ser imune à inflação no mundo inteiro, uma vez que a grande maioria dos produtos são dolarizados. Com o tempo, o BTC consegue garantir o poder de compra para os países que o utilizarem como referência de preço”, afirma.
“Assim como tivemos a mudança da referência do ouro, é possível pensarmos no Bitcoin como uma referência de preço. Da mesma forma, existem outras moedas com um conceito anti-inflacionário, como o Litecoin”, completa Dantas.
Já que o Bitcoin é imune, por que não implementá-lo como moeda?
Ter o Bitcoin como moeda oficial de um país não é uma realidade muito distante, isso porque já existe um país que vive isso.
O El Salvador, localizado na América Central, se tornou o primeiro lugar a adotar o BTC como moeda legal em meados de junho deste ano. No entanto, fazer esta adoção é um movimento arriscado para alguns especialistas.
A moeda criptografada não possui uma regulação própria, por isso ainda está se provando e apresentando seus prós e contra. Assim como, questões que serão levantadas frente ao modelo financeiro atual.
Volatilidade como reação
Além da falta de regulamentação, a volatilidade do Bitcoin pode assustar. O criptoativo possui uma história bem intensa nesse sentido, tendo valorizado 800% em 1 ano, chegando a US$ 64 mil. No entanto, recentemente, a moeda passou por uma forte queda e está no valor de US$ 38 mil, o menor em 2021.
De acordo com o especialista Rafael Izidoro, CEO da Rispar, plataforma digital que atua como correspondente bancário, a volatilidade do BTC não deve impedir o investidor.
“O Bitcoin tem princípios sólidos e oferece uma alternativa inovadora ao sistema econômico atual. A alta volatilidade faz parte de um mercado em maturação e deve diminuir com o tempo, dado o aumento na adoção e um maior conhecimento da população sobre a rede”, afirma Izidoro.
Em suma, vale lembrar que é preciso ter uma diversificação de investimentos, assim como planejamento para possíveis perdas e crises. Uma boa estratégia é a vacina mais eficaz dentro do mundo financeiro: montar uma carteira com diferentes tipos de ativos.
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