Pix pode ajudar o desenvolvimento social dos desbancarizados, diz Ceo da NAVA

Antes da pandemia o número de desbancarizados estava em 45 milhões de brasileiros

O PIX, meio de pagamento lançado em outubro, começou a funcionar integralmente em 16 de novembro em todo o território nacional. Com isso, suas funcionalidades e praticidades começam a ser operacionalizadas e utilizadas pelos clientes e estabelecimentos. Mas, além dessas facilidades, uma importante parcela da população também deve ser amplamente beneficiada pelo novo método: os desbancarizados.

A afirmação é DO CEO da NAVA Technology for business, Alessandro Ericsson, acrescentando que antes da pandemia o número de desbancarizados estava em 45 milhões de brasileiros.

“Pensando nessas pessoas, elenco cinco mudanças exponenciais que o novo método de pagamento trará para alavancar o desenvolvimento social”, disse. São elas:

  • 1- Fim da dependência do dinheiro físico;
  • 2- Acesso a produtos bancários;
  • 3- Benefício a regiões mais afastadas;
  • 4- Democratização da internet no país;
  • 5- Movimentação do comércio local.
PIX: as 10 maiores dúvidas sobre o novo sistema de pagamentos do governo

Dinheiro físico

De acordo com o executivo, a dependência do dinheiro “físico” deve diminuir exponencialmente nos próximos anos.

Segundo o World Payments Report, o Brasil é o quarto maior mercado a realizar transações sem dinheiro em espécie. “Ficamos atrás apenas dos EUA, da Europa continental e da China. Ainda assim, 47% das transações de pagamento no país são feitas em dinheiro”, destacou.

Outra pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva mostra que 71% dos entrevistados usam dinheiro como principal meio de pagamento e, dessa parcela, 45 milhões não eram bancarizados antes da pandemia.

“Observamos que, com a chegada do PIX e os celulares sendo hoje o centro das grandes transformações, essas pessoas, que não têm um banco como parceiro, começarão a usar o PIX como principal meio de pagamento, tornando a dependência do dinheiro ‘físico’ e cartões desnecessária ao longo do tempo”, frisou.

Carteiras digitais e soluções financeiras

Conforme Ericsson, esse movimento ainda levará a uma outra mudança que atingirá parte da população que nunca teve a oportunidade de contar com produtos bancários. Agora, ao se cadastrar no PIX, muita gente terá acesso a carteiras digitais e soluções oferecidas pelos bancos.

“Então, essas pessoas, que até então eram desconhecidas para bancos e normalmente não conseguiam crédito e outros itens como financiamento, poderão ter de forma mais simples acesso a esses benefícios, ainda que timidamente no começo”, disse.

Novos modelos de negócios

O cadastro e a utilização abrem espaço para novos modelos de negócios bancários e, ainda que seja prematuro dizer, poderá ser um grande impulsionador para a democratização do sistema financeiro do País, uma vez que os bancos e as carteiras digitais começam a popular mais sua base de clientes e a conhecerem melhor esse público até então desbancarizado, tangibilizando novos desenhos de produtos ou créditos específicos para essa parte da população. A chegada do novo meio de pagamento possibilita que esses clientes se estabeleçam socialmente com os produtos oferecidos.

“Outro ponto que vale a pena destacar é a movimentação da economia local e nacional, independentemente da localização geográfica do usuário. Isso porque, é importante lembrar, longe dos grandes centros e das cidades maiores, existem comunidades que precisam ir com frequência às capitais para resolver assuntos financeiros”, ressaltou.

E disse mais: “agora, os moradores de locais mais remotos podem tratar pendências na sua própria região, por mais afastada que seja dos centros. Com isso, eliminará a necessidade e o risco de se locomover com dinheiro em espécie nas mãos.”

Volume online

Segundo ele, além do benefício de atingir as regiões mais afastadas, os moradores desses locais precisam de acesso à internet para usar o PIX . Por isso, é natural que o número de pessoas on-line chegue cada vez mais longe, com incentivo e investimento não só do governo, mas também das grandes empresas interessadas em promover o PIX.

“Provavelmente, nos próximos anos será comum ver bancos, fintechs e empresas de carteiras digitais investindo em projetos sociais de acesso à internet em regiões mais remotas do país”, frisou.

“Devemos lembrar que o Brasil, além de ter aspectos sociais distintos, também tem tamanho continental, com particularidades regionais e dificuldades de implementar a democratização do acesso universal à internet. Empresas privadas devem passar a investir nesse aspecto, esperando o aumento de sua carteira de clientes”, destacou.

Autônomos

Por fim, o executivo elencou que o PIX também deve facilitar a abertura de novos negócios e de autônomos. É uma oportunidade para facilitar as transações financeiras de uma parcela da população, mas também é uma chance de desenvolvimento dos pequenos negócios locais.

Muitos comerciantes e pequenos estabelecimentos enfrentam empecilhos e diversas restrições por não contarem com a participação de um banco para transacionar em função das taxas estabelecidas. Com menor custo nas transações e a permissão das autoridades locais, eles poderão se estabelecer e também operacionalizar seus negócios e movimentar a economia local. O ganho será exponencial em todas as regiões do País a médio e longo prazo.

“A partir dessa observação, e com base em mecanismos de inteligência de negócios e sociais, é possível usar o PIX como uma cascata de benefícios, não só para as empresas, mas para a sociedade como um todo. Na jornada de evolução das tecnologias, a mudança de visão quanto à sensibilidade e ao aspecto social é essencial para alavancar negócios e garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso a novas oportunidades e realizações”, concluiu.

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