Diretor de Câmbio da FB Capital listou 6 acontecimentos que podem levar a moeda americana a passar dos R$ 4,00
O dólar inicia a semana operando próximo dos R$ 4,00. Algumas incertezas econômicas no cenário interno estão contribuindo para que o valor da moeda esteja elevado. O Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, listou alguns motivos que estão resultando na alta da moeda americana e podem fazer ela disparar.
1 – Demora na aprovação da Reforma da Previdência na Comissão Especial:
O adiamento sobre a decisão da Reforma em um momento tão delicado leva a uma certa desconfiança do mercado quanto a possibilidade de aprovação da Reforma ainda neste semestre. A votação deveria ser prioridade, mas não é isso que as ações mostram. Se continuarem adiando o cenário deve se agravar.
Especial:
O adiamento sobre a decisão da Reforma em um momento tão delicado leva a uma certa desconfiança do mercado quanto a possibilidade de aprovação da Reforma ainda neste semestre. A votação deveria ser prioridade, mas não é isso que as ações mostram. Se continuarem adiando o cenário deve se agravar.
2- Desidratação da Reforma:
Além do adiamento da votação, o que pode ser preocupante, também é o quanto da Reforma da Previdência proposta pelo Governo pode perder em economia nas negociações para a sua aprovação. A Reforma proposta promete uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos. Com a retirada de alguns pontos menos populares podemos ter um projeto aprovado que prevê metade ou até menos dessa economia. Isso seria uma derrota para o governo e o investidor estrangeiro retiraria mais recursos do país o desvalorizaria o real.
Além do adiamento da votação, o que pode ser preocupante, também é o quanto da Reforma da Previdência proposta pelo Governo pode perder em economia nas negociações para a sua aprovação. A Reforma proposta promete uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos. Com a retirada de alguns pontos menos populares podemos ter um projeto aprovado que prevê metade ou até menos dessa economia. Isso seria uma derrota para o governo e o investidor estrangeiro retiraria mais recursos do país o desvalorizaria o real.
3- Nova intervenção do Governo na Petrobras e Paulo Guedes:
A ligação do Presidente para cancelar o reajuste do preço do diesel na estatal teve reações muito negativas do mercado. Mesmo que tenha voltado atrás e o reajuste dos preços confirmados, a imagem de não intervencionista do Presidente foi ferida. O Ministro da Economia Paulo Guedes tentou amenizar a questão, mas ficou uma dúvida sobre o quanto o Ministério da Economia tem poder de decisão em temas políticos. Fica a insegurança se existe a possibilidade de uma intervenção acontecer novamente. Mais acontecimentos como estes que elevam a desconfiança vão continuar a subir seu preço e, possivelmente, até os R$ 4,00 se o Banco Central não tiver uma atuação forte no controle do câmbio;
4- Paulo Guedes renunciar:
O Ministro da Economia tem tido papel central não só no planejamento econômico, mas também na articulação política do Governo. Ele já admitiu que a situação se tornaria insustentável se a Reforma não fosse aprovada e acabaria renunciando se este for o caso. Uma possível saída do Ministro iria aumentar muito as possibilidades de a moeda ficar acima dos R$ 4,00. Seria um grande problema, já que seria complicado encontrar um substituto que passe a mesma confiança que Paulo Guedes;
5- Greve dos caminhoneiros:
O reajuste dos preços deixou a categoria dos caminhoneiros insatisfeita. Nem mesmo o pacote de medidas de crédito foi suficiente para evitar as movimentações para que exista uma nova greve. Se a paralisação ocorresse o dólar ultrapassaria facilmente os R$ 4,00. A última parada dos caminhoneiros, que ocorreu em 2018, trouxe grandes consequências para a economia. Uma nova greve pode ser ainda mais prejudicial.
6- Disputas entre Bolsonaro e o Congresso:
As disputas entre o Congresso e o novo Governo parecem ter tido um momento de trégua. Um novo atrito entre Rodrigo Maia e Bolsonaro, por exemplo, poderia travar a aprovação de pautas fundamentas na agenda do Presidente. A aprovação da Reforma vai ser um tema central da nossa economia até que ela consiga passar no Congresso. Quanto mais a articulação fica comprometida mais teremos uma busca no sentido de adquirir dólares como garantia, já que compras como essa significam uma segurança do investidor em um cenário incerto.