O BTG Pactual (BPAC11) comunicou nesta quinta-feira (14) que não avalia comprar o controle das usinas sucroalcooleiras da Atvos, que pertence ao grupo Odebrecht e está em recuperação judicial desde meados de 2019, explicando que a transação não se enquadra em sua estratégia de atuação.
“O banco não avalia, nem nunca avaliou, comprar o controle das usinas sucroalcooleiras de Atvos”, afirmou, ao acrescentar que a transação “não se enquadra nas estratégias de nenhuma das áreas de atuação do BTG Pactual”.
Na véspera, reportagem do Valor Econômico, que citou fontes com conhecimento do assunto, afirmou que o BTG tem avaliado a compra das usinas e que as conversas com responsáveis pela reestruturação da Atvos envolveriam um aporte de cerca de 500 milhões de reais na companhia em troca do controle dos ativos.
BPAC11: Atvos
A Atvos, que está em recuperação judicial e é alvo de um dos maiores imbróglios societários hoje no Brasil, está buscando manter suas operações e reduzir custos enquanto a disputa entre a Odebrecht, que segue no controle da companhia, e o fundo Lone Star não chega ao fim. Em outubro, a empresa começará a integrar as atividades nas lavouras de duas
A integração das operações agrícolas começou a ser testada no ano passado em áreas próprias nas usinas Eldorado e Santa Luzia, ambas em Mato Grosso do Sul. A partir do mês que vem, o projeto terá início nas usinas Conquista do Pontal e Rio Claro — localizadas em São Paulo e Goiás, respectivamente.
Nas usinas sul-mato-grossenses, foram instaladas torres de satélite e sistemas de automação que permitem que operadores façam a gestão das máquinas agrícolas em tempo real e partir de uma central em Campinas (SP). Durante a pandemia, esse controle vem sendo realizado em home office.
O objetivo é agilizar as atividades agrícolas, aumentar a produtividade das máquinas e reduzir custos. E essas metas já vêm sendo alcançadas, segundo Rodrigo Vinchi, diretor agrícola da Atvos. Até o momento, o sistema aumentou o tempo de uso das máquinas em campo em 20% a 25%, o que vem reduzindo a demanda por equipamentos.
“Havia uma central de monitoramento, mas não com visão integrada. Se tivesse um caminhão quebrado na estrada, ou se a indústria estivesse com problema, não havia interligação. Agora vemos todo o processo”, afirmou Vinchi.
O grupo vai expandir o projeto, batizado de Cubo, para as oito usinas em atividade até março de 2021. Com um investimento de R$ 12 milhões em todas as unidades, a redução de custos esperada é de R$ 34 milhões ao ano, ante investimentos na área agrícola que ficam entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por temporada.
A ideia é que os recursos economizados com máquinas e equipamentos (que consomem entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões por safra) sejam direcionados ao plantio de cana-de-açúcar, área que a empresa mais precisa investir para recuperar a produção após anos de crise.
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