O que o investidor deve aprender com as ações da Oi (OIBR3), IRB (IRBR3) e Petrobrás (PETR4)

Por: Fabrízio Gueratto

As ações da Oi (OIBR3/OIBR4) são uma aula de finanças por si só.

Como invisto no papel desde 2019, eu me sinto muito confortável para falar.

O primeiro ensinamento é que não devemos nos apaixonar por nenhuma ação, isso cega o investidor.

Alguns criaram uma torcida organizada da Oi, com direito a camisa oficial e presença em estádio.

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Não há gênio

O segundo ensinamento é que nem eu, nem ninguém, deve se achar um grande gênio do mercado de ações.

Principalmente em razão de a ação ter valorizado mais de 334% desde a sua mínima durante a crise do novo coronavírus.

Apenas aceitamos correr um alto risco, pois investimos em uma empresa em recuperação judicial.

E, neste momento, estamos sendo recompensados por isso. Nada mais!

Terceiro ensinamento

O terceiro grande ensinamento é que ninguém deveria ficar rico nem com Oi e nem com nenhuma ação.

Se isso aconteceu, é porque a pessoa correu um grande risco concentrando muito dinheiro em um único papel.

O quarto aprendizado é que, sim, os analistas têm uma capacidade de análise e experiência muito melhores do que a nossa.

Entretanto, eles não são os donos da verdade do universo.

Veja o caso de IRB Brasil RE (IRBR3): uma mesma instituição coloca o preço-alvo da resseguradora em mais de R$ 40, dias depois, revisa para R$ 7.

Qual é a relação entre Oi, Petrobrás e IRB?

Algo que poucos investidores enxergam é que Oi (OIBR3/OIBR4), Petrobrás (PETR3/ PETR4) e IRB Brasil RE (IRBR3) são todas farinhas do mesmo saco.

E isso é muito bom e pode indicar que precisamos observar mais do que os nossos olhos enxergam.

Essas três empresas foram roubadas por piratas que estavam dentro delas.

Tiveram administrações ineficientes, porém, possuíam um grande potencial dentro de seus segmentos de atuação na B3 (B3SA3).

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Seja observador

Se observarmos, assim que a Petrobras (PETR3/PETR4) arrumou a casa após a Operação Lava-Jato, eliminando a corrupção e colocando pessoas competentes nos cargos de direção e vendendo ativos que não eram essenciais para o negócio para reduzir o endividamento, o valor da ação saiu de menos de R$ 4 para mais de R$ 30, um pouco antes da pandemia.

Se observarmos a estrada que a Oi (OIBR3/OIBR4) está percorrendo, é muito semelhante.

Estancaram o sangramento de dinheiro que supostamente era usado de forma ilícita.

Trocaram o comando da empresa que agora está com o Rodrigo Abreu, e está vendendo unidades de negócio valiosas, mas com péssimo faturamento.

Tim (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro já ofereceram R$ 16,5 bilhões, mas o negócio pode ser fechado por mais de R$ 20 bilhões.

Futuro nebuloso

No caso da IRB Brasil RE (IRBR3), embora muito semelhante, ainda não conseguimos prever o futuro.

A companhia está inserida em um ramo de atividade extremamente lucrativo, com boa previsibilidade.

Porém, a empresa foi roubada e seu valor de mercado e confiança foram destruídos.

Na apresentação do balanço do 1° trimestre, o presidente Antônio Cássio dos Santos deu uma declaração extremamente contundente sobre os absurdos que foram descobertos com as auditorias.

A empresa conseguirá reverter todo o processo de depreciação que sofreu? Somente com uma bola de cristal é possível saber.

O que aprendi com o Alaska Black?

Porém, acredito, sim, que o fundo do poço pode já ter chegado e que daqui para frente o cenário tende a melhorar.

Como aprendi com Henrique Bredda, Ney Miyamoto, Eduardo Mestieri e Willliam Cordeiro, que cuidam do Alaska Black, o item de maior valor na hora de analisar uma empresa são as pessoas que estão no comando.

Por enquanto, a postura do presidente da IRB (IRBR3) está de acordo com aquilo que esperamos de líderes que precisam tirar empresas da lama.

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