O contrato futuro nada mais é do que um acordo de compra e venda em uma data do futuro por um valor pré-definido. Se negocia nesse mercado o valor da mercadoria atual levada a uma data no futuro. Os produtos mais negociados da B3 são contratos do Índice Bovespa e Dólar. Quando se opera os contratos futuros, alguns investidores perdem um pouco a noção do dinheiro e do tamanho da exposição financeira. Fala-se muito em pontos e número de contrato, mas o quanto isso representa de risco?
“Não sei se você já foi ao cassino, mas a primeira coisa que acontece ao entrar, é que seu dinheiro é transformado em ficha justamente para que se perca a noção do dinheiro e do quanto está gastando. Não dá para fazer dos investimentos um jogo. Operar no mercado futuro não é um cassino e exige diversos cuidados”, diz João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos.
[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=G_6E3uAQBrI[/embedyt]
Contratos futuros
No mercado futuro, os contratos passam por ajustes diários de preços. Todos os dias, o investidor sabe o lucro ou prejuízo da operação, diferente de quando se compra uma ação. Nesse caso, mesmo que ela caia de preço, o prejuízo apenas ocorre se fizer a venda ocorrendo uma desvalorização do patrimônio.
Já nos contratos futuros isso não ocorre. “O IBOV é uma carteira composta por ações mais negociadas como Petrobras, Vale e outros ativos. O IBOV não se negocia. O que você consegue negociar são os contratos futuros. O investidor tanto pode negociar o contrato cheio, o IND, como também o mini contrato, o WIN, que é uma fração desse contrato e equivale a um quinto do contrato cheio”, explica Beck.
- Só clique aqui se já for investidor
Lote
No contrato cheio, cada lote mínimo possui cinco contratos e cada um equivale a R$ 1 real multiplicado pelos pontos do Ibovespa. “Se o índice Ibovespa está cotado a 113 mil pontos hoje, para transformar isso em real, é muito simples. Basta multiplicar por R$1. Então, a carteira do Ibovespa equivale a 133.000pts x 1,00 que representa 113.000 mil reais. Eu consigo facilmente comprar uma carteira do índice Bovespa, basta eu saber o percentual de cada ação no índice e multiplicar por 1,00”, explica.
Como os contratos cheios são lotes mínimos de 5, a exposição financeira é bem elevada. “Com a cotação em 113.000 pontos, isso representaria um volume financeiro de R$ 565.000 reais. Se o cliente operar lote de 5, como esse volume é alto, a bolsa criou os minicontratos, tornando essa operação mais acessível para o investidor PF”, diz o especialista.
Mini
No caso dos mini contratos, como fazer essa conta? Nesse caso, cada lote mínimo possui um contrato. Cada um desses contratos equivale a R$ 0,20: “Então considerando que o índice futuro está cotado a 113 mil pontos, como o mini contrato é uma fração disso, ele equivaleria a 22.600 pontos”.
“Então, se você se expor a um contrato do mini índice, o WIN, está se expondo no financeiro a R$ 22.600. Se o índice for 1% para baixo ou 1% para cima, vai ganhar ou perder R$ 226,00”, comenta.
João explica que quando a Ibovespa estava, por exemplo, a 90 mil pontos o mini contrato de índice também era muito mais baixo. “Quanto mais cara a cotação do índice, maior vai ser a flutuação de 1%. Hoje, 1% do índice a 113 mil pontos são 1.133 pontos. Mas 1% de 90 mil seria 900 pontos. Quanto mais caro o índice fica, maior pode ser a volatilidade nessa mercadoria”.
Riscos
Um dos riscos de operar em contratos futuros está em dar um passo maior do que deveria em relação à alavancagem, por exemplo. Se o contrato que comprar perder valor, isso significa também perda do investimento.
“O investidor precisa ir com calma e não deixar a emoção falar mais alto. Caso sofra perdas, terá que arcar com o valor perdido. Por isso, é importante alavancar de forma controlada e evitar esse tipo de ação caso não seja um investidor com experiência em contratos futuros”, complementa.