A pluralidade dos analistas do mercado financeiro já espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve ainda mais a taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira (27). Logo, há estimativas de um aumento de 1,5, 2 e até 3 pontos percentuais, indo para 7,75%.
O risco fiscal e a alta do dólar, juntamente com a pressão da inflação no país, são fatores que devem impulsionar a decisão do Copom, estimulada pelo mercado.
Anseio dos analistas
A partir de uma análise realizada pela corretora BCG Liquidez, nesta terça-feira (27), 191 dos 264 entrevistados, ou seja, 72% deles, acreditam na alta de 1,5 ponto. Já o restante dos entrevistados, estimam um valor ainda maior, entre 1,75, 2 e 2,5 pontos percentuais.
Portanto, após a prévia da inflação deste mês ser divulgada, o levantamento apresentou outra marca histórica para este mês, elevando a alta em 12 meses para 10,3%.
Para Andrea Damico, economista-chefe da Armor Capital, o cenário apresentado na última semana impulsionou algumas alterações nas estimativas de muitos especialistas. Assim, a economista também modificou sua previsão para 1,5 ponto percentual.
Isto posto, Andrea defende que não se trata apenas dos gastos, seja de R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões, mas sim a transformação no regime fiscal que gera incertezas frente ao futuro do país.
Alta na taxa Selic
Caso o Copom realmente aumente a taxa, como é aguardado pelo mercado, este será o maior aumento já realizado pelo Banco Central de uma só vez. Afinal, a última vez que isso ocorreu foi em 2003.
Desde então, as correções na taxa costumavam ser apenas entre 0,25, 0,5 ou 0,75 ponto. No entanto, de março até aqui, a Selic subiu de 2%, o menor valor da história, para 6,25% em pouco tempo.
A propósito, a projeção para o IPCA deste mês, que anteriormente era de 0,77%, avançou para 1,06%. Logo, a projeção para este ano deixou de ser de 9,1% para 9,5%. Sendo assim, para 2022, é esperado algo em torno de 5,2%.
Portanto, aluguel, passagem aérea, hospedagem, cabeleireiro, entre outros, exibem reajustes de preços superiores ao aguardado pelo mercado.
Queda da Bolsa de Valores
Com efeito, após a divulgação da prévia do Índice de Preço ao IPCA deste mês, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, respondeu de maneira negativa. Assim, o último pregão teve uma queda de 2,11%, chegando aos 106.419 pontos.
Além disso, o dólar comercial também reagiu negativamente aos acontecimentos de terça-feira (27), elevando 0,32%, a 5,573 reais.
Em contrapartida, às bolsas de valores do exterior encerraram o dia em altas moderadas, impulsionadas pelos balanços do terceiro trimestre. Bem como, a Nasdaq, que registrou uma marca histórica.
Comentários estão fechados.