Carteira de crédito deve crescer 1,1% em maio, com ritmo anual de 16%

O saldo total da carteira de crédito deverá apresentar crescimento de 1,1% em maio, apresentando o melhor resultado para o mês desde 2013, quando a alta foi de 1,6%, revela a Pesquisa Especial de Crédito da FEBRABAN.

Caso a estimativa seja confirmada pela Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, o ritmo de expansão da carteira deve mostrar nova aceleração na comparação em 12 meses, de 15,1% para 15,9%, um patamar bastante elevado.

As projeções da Pesquisa Especial de Crédito da FEBRABAN, divulgada mensalmente como uma prévia da nota do BC, são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.

“A alta do mês deve ser puxada pela carteira destinada às famílias, que vem se recuperando desde junho do ano passado e já se encontra em um ritmo de expansão bem acima do patamar pré-pandemia”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da FEBRABAN. “Os resultados de maio reforçam o importante papel que o crédito continua tendo no processo de recuperação.”

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Carteira de Crédito

O levantamento mostra que o maior avanço deve vir da carteira livre pessoa física (+2,2%), beneficiada pela maior reabertura das atividades, que favorece as linhas ligadas ao consumo, mas, também, com um desempenho positivo no crédito pessoal, impulsionado pela recente ampliação da margem de consignação para aposentados e pensionistas do INSS. Já a carteira direcionada (+1,3%) deve manter sua trajetória de crescimento pelo 33º mês consecutivo, liderada pelos bons desempenhos dos créditos imobiliário e rural.

De acordo com a Pesquisa, a carteira pessoa jurídica deverá ficar praticamente estável (+0,2%) em maio, com desempenho diferenciado entre os recursos.

A carteira livre deve crescer 0,6%, favorecida pela maior flexibilização das medidas de distanciamento social e pela retomada econômica, enquanto a carteira direcionada deve retrair 0,6%, refletindo a interrupção dos programas públicos de crédito.

Caso o resultado se confirme, a carteira direcionada irá registrar o 4º recuo nos últimos 5 meses, embora o ritmo de expansão anual siga bastante elevado, próximo a 20%.

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Concessões

As concessões de crédito devem apresentar crescimento de 4,7% em maio, acumulando expansão de 6,9% em 12 meses. No ajuste por dias úteis, o volume médio de concessões deve ficar praticamente estável (-0,3%) em relação ao mês anterior.

Segundo a pesquisa, o volume de concessões pessoa física deve crescer 7,2% em maio, com expansão tanto nas operações com recursos livres (+6,8%) quanto com recursos direcionados (+9,5%). A maior flexibilidade das medidas de distanciamento deve seguir impulsionando o consumo das famílias, com efeito positivo sobre o volume de crédito livre.

Já as concessões com recursos direcionados devem seguir impulsionadas pela demanda aquecida pelos créditos imobiliário e rural, beneficiadas pelas baixas taxas de juros. Na média por dia útil, o volume de concessões PF deve apresentar uma expansão mais contida, de 2,1%.

Concessões

As concessões destinadas às empresas devem mostrar avanço de 1,9% em maio. Na média por dia útil, no entanto, o resultado deve ser uma retração de 3,0%, com queda em ambos os segmentos. O maior impacto negativo deve vir das operações direcionadas (-13,2%), em função da interrupção dos programas públicos de crédito. As concessões com recursos livres, por sua vez, devem mostrar uma retração mais modesta, de 2,4%.

A acomodação das concessões destinadas às empresas pode estar refletindo um mix de fatores, relacionados especialmente às grandes empresas. No caso, a expressiva tomada de crédito no período inicial da crise sanitária deixou tais empresas capitalizadas, o que diminui a necessidade de novos aportes. Além disso, a retomada do mercado de capitais aparece com uma fonte alternativa, ou mesmo complementar, importante fonte de recursos em relação ao crédito bancário.

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