Cerca de 150 pessoas integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam nesta quinta-feira (22) a sede administrativa da mineradora Vale (VALE3) em Brumadinho (MG), reivindicando a regularização do fornecimento de água para as comunidades e a extensão do prazo do pagamento do auxílio emergencial para cerca de 100 mil pessoas.
Segundo um representante do movimento, os manifestantes estão do lado de dentro da portaria da sede nesta manhã, enquanto a polícia está no local. O protesto é pacífico, segundo as informações preliminares.
Os manifestantes
Os manifestantes dizem que, com o desastre ocorrido em 2019, a oferta de água na região ficou poluída, e a Vale se comprometeu a garantir o abastecimento.
Segundo um representante do MAB, a Vale vem falhando com a distribuição de água. Também está na pauta dos manifestantes a prorrogação do auxílio emergencial até a reparação integral dos danos causados pelo desastre.
MAB
Os manifestantes, segundo a assessoria de imprensa do MAB disse à Reuters por telefone, estão recebendo no momento metade do salário mínimo prometido inicialmente para cada atingido, e afirmam que a Vale teria proposto redução no auxílio para 25% do total acordado, com pagamentos sendo encerrados em abril de 2021.
A manifestação está sendo realizada às vésperas de uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na sexta-feira, que deverá debater os temas.
Baixa renda
Segundo o MAB, as pessoas que recebem o auxílio emergencial são pessoas de baixa renda, ribeirinhos e comunidades integrantes da Bacia do Rio Paraopeba, atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração.
Com a poluição do rio, dizem os manifestantes, a maioria das pessoas atingidas perdeu a fonte de renda e não pode nem mesmo realizar agricultura na região.
Procurada, a Vale não comentou a informação imediatamente.
Qualicorp
A Qualicorp (QUAL3) comunicou nesta quinta-feira (22) que a sua sede e outros locais foram alvos de busca e apreensão de documentos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Triuno que, entre outros pontos, investiga sonegação tributária e evasão de divisas.
“A nova administração da companhia informa que adotará as medidas necessárias para apuração completa dos fatos, bem como colaborará com as autoridades públicas competentes”, afirmou a empresa em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
PF
De acordo com a PF, a operação, deflagrada nesta quinta-feira, busca obter mais provas e identificar outros autores dos crimes de corrupção, associação criminosa, sonegação tributária, embaraço à investigação que envolva organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e elaboração e uso de documento ideologicamente falso.
Ainda conforme nota da PF, estavam sendo cumpridos um total de 14 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Barueri (SP)e Santo André (SP).
- Acesse o Telegram do 1Bilhão.
Comentários estão fechados.