Por Linx (LINX3), Stone contesta Itaú no Conselho Administrativo de Defesa Econômica

Por Linx (LINX3), Stone contesta Itaú no Conselho Administrativo de Defesa Econômica

Em uma nova frente de batalha pela Linx (LINX3), a Stone entrou com representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a Itaú Asset. O objetivo é neutralizar a atuação da gestora de recursos do Itaú Unibanco na decisão sobre a proposta de compra da empresa de software. A informação é do Valor.

Conforme o jornal, a Stone pediu ao órgão antitruste que analise se houve ato de concentração na compra de ações da Linx pela Itaú Asset. A credenciadora solicitou também que a gestora tenha os direitos de voto relativos a esses papéis suspensos até que haja decisão sobre o mérito da questão. Fundos geridos pela asset alcançaram participação de 5,09%.

Linx

Inquérito

De acordo com o Valor, um eventual inquérito do Cade pode impedir que a Itaú Asset exerça seu direito de voto na assembleia em que os acionistas da Linx analisarão a oferta feita pela Stone para comprar a companhia, marcada para o dia 17 deste mês.

A tese defendida pela credenciadora de cartões é a de que a Itaú Asset, ao ultrapassar a marca de 5% do capital, tornou-se acionista relevante e exerce o controle de fato das posições de seus cotistas e, portanto, deveria ter informado tal fato ao Cade.

Argumentação

Em sua argumentação, a Stone recorre a uma resolução do próprio órgão antitruste sobre participações acima desse patamar e também à jurisprudência criada por um caso envolvendo a aquisição de 7,66% da fabricante de silos Kepler Weber pela gestora Tarpon.

Na ocasião, o órgão de defesa da concorrência considerou a gestora parte do grupo econômico do fundo gerido por ela – o que tornava a notificação sobre o ato de concentração obrigatória.

Notificação

Até a tarde de ontem, a Itaú Asset não havia sido notificada pelo Cade. Caso haja a abertura de um inquérito administrativo e a autarquia acolher o pedido da Stone, a gestora do Itaú Unibanco poderá ser impedida de votar na assembleia ou não poderá votar com uma parcela que exceda 5% do capital da Linx.

Parece pouco, mas a empresa de software para o varejo não tem controle acionário definido e, nesse contexto, todos os votos fazem diferença para a Stone emplacar sua proposta. A Itaú Asset ainda não se manifestou publicamente, mas é potencialmente contrária à oferta da credenciadora – daí o embate.

LINX3: Stone

A Stone fez em agosto uma oferta pela Linx que enfrentou contestações de grupos de acionistas por prever uma forma de prêmio aos fundadores da empresa e multa caso fosse rejeitada. A Totvs entrou na disputa, mas a proposta da Stone será analisada em assembleia.

A Stone anunciou na semana passada que dará um prêmio de R$ 0,50 por ação ao valor inicialmente oferecido pelos papéis da Linx se a oferta for aprovada na assembleia. Nesse caso, nova proposta é de R$ 32,06 por ação, elevando o total a R$ 6,4 bilhões. A empresa também abriu mão de parte das multas que previa anteriormente.

O apelo ao Cade vem num momento em que a disputa esquenta. Um pedido de adiamento do da assembleia foi levado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – a solicitação teria partido da gestora Aberdeen, que não comentou o assunto.

Também ontem, a consultoria Institutional Shareholder Services (ISS) recomendou que os acionistas da Linx rejeitem a proposta da Stone.

A gestora Fama Investimentos, crítica da proposta da Stone, zerou sua fatia de 3% na Linx. Mas vai acompanhar o caso. Procurados, Stone e Itaú não se pronunciaram.

Veja LINX3 na Bolsa:

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