O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado amplamente nesta segunda-feira (16), terá novas funcionalidades pela frente, como cashback e pagamentos programados.
Em evento online do BC, ele defendeu que o Pix dá o pontapé a uma grande evolução em meios de pagamento, com demanda da sociedade por algo que seja rápido, barato, seguro, transparente e aberto –elementos presentes nas transações feitas pelo sistema.
O pagamento
O pagamento instantâneo pelo Pix funcionará 24 horas por dia, todos os dias do ano, a um custo operacional significativamente mais baixo que o de modalidades já consolidadas no mercado, como transferências do tipo TED ou DOC e pagamentos por cartões de crédito e débito. Segundo o BC, o custo do Pix é de 1 centavo para 10 transações.
As operações de pessoa física para pessoa física são gratuitas desde que feitas por meios eletrônicos. As compras feitas por cidadãos com o Pix tampouco podem ser tarifadas. Em contrapartida, os bancos poderão taxar as transações com Pix feitas entre empresas, tanto na ponta do pagador quanto do recebedor.
Transações
Essas transações poderão ser feitas com a utilização de chaves, como o número de celular, CPF, CNPJ ou e-mail.
Campos Neto afirmou que a chegada do Pix trará inclusão financeira, competição no sistema financeiro e oferta de novos produtos, além de eficiência e segurança aos usuários.
Ele reforçou que, a despeito da pandemia do coronavírus, o BC não abandonou sua agenda, tendo acelerado alguns processos pela percepção de que a recuperação da crise passará pelo aumento e incentivo em tecnologia.
“A gente tem um processo onde o Pix é mais do que um pagamento: ele vai passar a ser processo de identidade digital, vai melhorar a prestação de serviços públicos porque a gente está digitalizando as pessoas, a gente sabe quem são as pessoas, onde elas estão, que produtos que elas consomem”, afirmou.
Fase de testes
O lançamento oficial ocorre após o BC ter aberto o Pix para operações restritas de 3 a 15 de novembro, para que as instituições pudessem fazer ajustes finais para garantir o funcionamento pleno do sistema.
O BC informou nesta segunda-feira que 19 instituições não realizaram todos os testes requeridos durante esse período e, por isso, vão deixar para ofertar o Pix em “momento futuro”. Com isso, 734 instituições estão disponibilizando o Pix desde esta manhã.
Véspera
Até a véspera, haviam sido cadastradas mais de 71 milhões de chaves Pix e realizadas mais de 1 milhão e 900 mil transações entre instituições diferentes, com um montante financeiro que passou de R$ 780 milhões, disse o BC.
Também presente no evento de lançamento do Pix, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, João Manoel de Pinho de Mello, afirmou que apesar do BC ter liderado o processo de criação do Pix, isso ocorreu em colaboração estreita com o mercado.
“Essa interlocução com a indústria, com a sociedade civil, é o que nos assegura e nos dá enorme confiança de que o Pix é meio de pagamento cujo desenho é fácil, seguro, conveniente e pra todos”, disse ele, complementando que o BC irá garantir que haja competição.
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