Ibovespa encerra 2020 tendo pior desempenho em dólar entre emergentes

O principal índice da bolsa brasileira amargou queda de 20,18% em 2020 em dólares

Embora tenha registrado uma recuperação expressiva desde novembro e alcançado o nível recorde de 120 mil pontos durante o último pregão do ano, o Ibovespa ainda terminou 2020 tendo o pior desempenho em dólar entre os índices acionários de países emergentes comparáveis.

De acordo com o Valor, o principal índice da bolsa brasileira amargou queda de 20,18% em 2020 em dólares, o pior em uma amostra com outros nove índices emergentes. O colombiano Colcap foi o segundo pior da seleção, com baixa de 17,01%. Já o melhor desempenho ficou com o Xangai SE, da China, que subiu 20,26% no período. O que mais atrapalhou a bolsa brasileira foi a alta de 29,4% do dólar ante o real.

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Ibovespa: desempenho

Conforme o jornal, o desempenho negativo do Ibovespa no ano ocorreu mesmo com a forte recuperação nos últimos dois meses. O índice acumulou valorização de 12,5% em dezembro, em dólar. Dentro desse grupo, ele ficou atrás apenas do BIST 100 da Turquia, que subiu 22,5%, e do Colcap da Colômbia, que avançou 20,8% no período. Em novembro, o Ibovespa subiu 26,6%, a melhor

Welliam Wang, gestor de renda variável da AZ Quest, afirma que o principal empecilho para a bolsa brasileira em 2020 foi mesmo a questão fiscal. “O Brasil foi um dos emergentes que mais forneceu estímulos em relação ao PIB, e isso sendo que já entrou na crise com níveis de endividamento elevados”, comenta.

Composição

Ao jornal, ele ressaltou ainda que a composição do índice não ajuda — grande peso de empresas ligadas a commodities e bancos, setores muito afetados durante a pandemia e que só começaram a se recuperar nos últimos meses.

Apesar de estar entre os piores desempenhos do ano em dólar, o Ibovespa conseguiu deixar para trás um ano muito turbulento por causa da covid-19. Do fundo do poço, quando tocou 61.690 pontos em 19 de março, até o fim do ano, o Ibovespa teve alta 93%. “A lição que fica é ter foco no longo prazo. Com os juros baixos, o investidor vai ter de aprender a ter mais tolerância ao risco.”

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