Grupo Boticário emite R$ 1 bi em títulos de dívida ligados à sustentabilidade

Trata-se da primeira emissão do tipo no mercado brasileiro

O Grupo Boticário emitiu R$ 1 bilhão em títulos vinculados a metas sustentáveis. Os sustainable-linked bond (título de dívida sustentável) ou “SLBs” visam fortalecer o comprometimento com melhorias nos resultados de sustentabilidade dos negócios até 2025 e reforçam o compromisso com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, ou “ESG” (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance).

De acordo com o Valor, trata-se da primeira emissão do tipo no mercado brasileiro. Em setembro, a Suzano emitiu no mercado externo títulos no valor de US$ 750 milhões neste modelo.

Diferentemente dos “green bonds”, cujos valores são destinados a um projeto específico, os SLBs vão para o caixa da empresa e estão atrelados ao atingimento das metas. Ou seja, as taxas são reduzidas conforme a companhia cumpra os objetivos.

Grupo Boticário emite R$ 1 bi em títulos de dívida ligados à sustentabilidade

Metas sustentáveis

As metas sustentáveis desse título têm como objetivo garantir, até 2025, 100% de consumo de energia elétrica renovável nas fábricas do Grupo Boticário em São José dos Pinhais (PR) e Camaçari (BA) e nos centros de distribuição de Registro (SP) e São Gonçalo dos Campos (BA).

Além da energia, o compromisso também será garantir, no mesmo cronograma, que 100% de resíduos sólidos sejam reciclados nas operações, incluindo reciclados, reutilizados e coprocessados.

Itaú BBA

Conforme o jornal, toda a operação foi encarteirada pelo Itaú BBA, que poderá distribuir os títulos no mercado. “O mercado não está pronto ainda nesse tamanho e está muito menor do que ano passado. Em 2019, foram distribuídos R$ 145 bilhões no mercado local, esse ano vamos fechar com R$ 40 bilhões. Num período de crise, teve uma retração de investidores e os bancos entraram no mercado. Nós compramos debêntures que podem ser vendidas no futuro. Não temos uma estratégia nem obrigação de venda. Já tem investidores que querem participar e podemos vender uma parte, mas não vamos vender forçado enquanto o mercado não entender o conceito. O legal dessa operação é o mercado começar a se familiarizar com essas operações no Brasil”, diz Felipe Wilberg, diretor de renda fixa e produtos estruturados do Itaú BBA.

As taxas iniciais não foram reveladas. O cumprimento das metas será avaliado anualmente e os juros caem 10 pontos-base a cada ano, se houver êxito. A avaliação será feita por uma instituição independente. “As taxas são bastante competitivas nessa perspectiva de 2025”, diz Marcelo Azevedo, diretor financeiro do grupo de beleza.

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