CRIs e CRAs respondem por 24% das emissões de valores imobiliários em 2020

Os dados de janeiro a dezembro apresentaram um ótimo resultado

A ABSia (Associação Brasileira de Securitizadoras Imobiliárias e do Agronegócio) registrou a emissão de 271 CRIs e CRAs em 2020, ou 20% de um universo total de 1362 de títulos ou valores imobiliários emitidos no país – contemplando ações, debêntures, BDR, notas promissórias, CRI, CRA, FIDC, FII e FIP.

Os dados de janeiro a dezembro apresentaram um ótimo resultado, especialmente se considerarmos o ano da pandemia, com crescimento de 22% no total de emissões de CRIs e uma ligeira queda nas emissões de CRAs. O volume consolidado das emissões no ano, em valor monetário, foi de R﹩ 27 bilhões, segundo dados da CVM.

“Mesmo em um ano de crise e um primeiro semestre perdido para todos os segmentos, conseguimos fechar o ano com cerca de 20% de crescimento comparado ao ano anterior”, comenta Maurício Visconti, Presidente da ABSia.

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Mercado

No mercado de CRAs foram realizadas 56 emissões no ano de 2020, segundo dados da CVM e da ABSia, uma pequena queda nas emissões comparado ao ano de 2019. Na avaliação de Maurício Visconti “essa diminuição decorre do represamento de emissões que estariam sendo estruturadas no início do ano, mas que devem vir com mais força agora no início de 2021, pois o mercado do agronegócio acompanha os períodos de safra e o que estava sendo realizado entre março e maio do ano passado acabou sendo congelado pela pandemia. Desta maneira, com o início da vacinação e a melhora da economia, espera-se um crescimento relevante do mercado de CRAs no começo do ano de 2021”.

Perspectivas 2021

Há uma tendência importante ligada à abrangência e visibilidade que tomou o setor do agronegócio. O mercado de capitais deve suprir a necessidade de financiamento que o governo tem dificuldade em oferecer integralmente e o instrumento para isso é o CRA. “Nesse sentido, possivelmente o aumento nas emissões de CRAs deve superar as expectativas no início de 2021”, comenta Visconti.

Também há grande possibilidade de crescimento nas emissões de CRIs. Maurício avalia que o setor deve crescer de 20% a 30% em 2021. “A grande alavanca do mercado de CRIs hoje tem sido as captações de fundos imobiliários, que voltaram com força desde o final de 2020. Uma vez que as emissões de CRIs tem se concentrado nas ofertas para investidores profissionais, os investidores pessoa física que não conseguem acessar esse tipo de título, acabam acessando por meio dos fundos imobiliários. Acredito que quando a CVM enfrentar a nova regulação de distribuição de valores imobiliários que já está dentro de seu calendário para este ano, provavelmente serão abertas novas categorias de investidores, podendo turbinar ainda mais o mercado em 2021”, finaliza o Presidente da entidade.

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