Copel (CPLE6) olha aquisições em eólica e solar e já tem disputado ativos, diz CEO

A empresa tem participado de disputas recentes

A estatal paranaense Copel (CPLE6) busca novas oportunidades de investimento, como ativos operacionais de energia eólica e solar, para compensar a perda de receita após a venda de sua unidade de telecom, disse à Reuters o presidente da companhia, Daniel Slaviero.

A empresa, inclusive, tem participado de disputas recentes, incluindo processo da Petrobras para negociar parques eólicos que acabaram comprados um por um fundo da gestora Vinci Partners, contou o executivo em conversa por telefone nesta sexta-feira.

“Pretendemos continuar expandindo nessa fonte, eólica, e também abrir a fronteira da solar, que é uma fonte que a gente não tem. Isso vai diversificando nossa matriz”.

“Desde o ano passado, já participamos de alguns processos de alienações. Infelizmente não ganhamos nenhum, mas estamos sim olhando alguns projetos, e inclusive para um deles já temos até assessor financeiro. São processos que vão transcorrer ao longo de 2021”, acrescentou.

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Negócios

O mais recente desses negócios foi a venda pela Petrobras de fatia em parques eólicos do complexo Mangue Seco, anunciada no início de janeiro pela petroleira.

Questionado, Slaviero disse que a Copel também deve avaliar a venda da Rio Energy, da Denham Capital. A Reuters publicou em novembro que a empresa busca compradores para suas eólicas.

“É um processo, sim, que está no nosso radar. Quando ele começar os procedimentos dele (para venda), seria um dos projetos para ficarmos atentos”.

O CEO da Copel comentou, no entanto, que mesmo o fato de a empresa ainda não ter levado ativos nas concorrências em que entrou tem um aspecto positivo, ao mostrar que não há um interesse em crescer a qualquer custo.

Expansão

Na área de expansão, a Copel deverá priorizar investimentos em sua unidade de distribuição, responsável pelo fornecimento no Paraná, apontou Slaviero.

E, além da busca por ativos de geração eólica e solar, também perseguirá aumentar a presença em linhas de transmissão, ao disputar leilões do governo para novos projetos.

“Pretendemos recompor o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que deixaremos de ter com a saída da Copel Telecom. Esse é um primeiro objetivo estratégico”, explicou Slaviero.

“Vamos ficar atentos. Não quer dizer necessariamente que vamos pisar no acelerador. Pretendemos olhar boas oportunidades, mas sempre com disciplina na alocação de capital.”

Dividendo

O CEO também disse que a Copel vai propor dividendos dentro dos limites de uma política de proventos recém-aprovada pela companhia, mesmo após um pedido do governo estadual pela distribuição neste ano do “maior valor possível” aos acionistas.

A política aprovada nesta semana pela companhia controlada pelo governo do Paraná prevê pagamento de 65% do lucro ajustado se a alavancagem financeira da empresa estiver abaixo de 1,5 vez. Para alavancagem entre 1,5 vez e 2,7 vezes, os proventos seriam de 50% dos ganhos.

Mas a regra deixa aberta a possibilidade de dividendos extraordinários, acima desses parâmetros— limitados às reservas de lucros— desde que ouvido o conselho fiscal e com aprovação de assembleia de acionistas.

Dividendos extraordinários

No começo do ano, a administração estadual do Paraná enviou carta à Copel na qual pediu que esta verificasse a possibilidade de pagar dividendos extraordinários “no maior valor possível”.

“Nossa política prevê dividendos extraordinários, mas apenas em casos excepcionais, com aprovação da assembleia de acionistas, porque é uma política que estamos pensando para médio e longo prazo, para perdurar, você tem que prever alguns casos de exceção”, explicou o CEO, Daniel Slaviero.

“Mas, especificamente neste ano, nossa política seguirá os padrões que estão estabelecidos nela, mesmo nesse pedido”, disse ele, em referência ao pleito do governo do Paraná.

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