BNDES fica com lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no trimestre

De janeiro a setembro é de R$ 34,2 bilhões 

O BNDES teve lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre de 2022. O desempenho foi influenciado, principalmente, por receita com dividendos/JCP (R$ 7,0 bilhões), destacando Petrobras (PETR4). O resultado recorrente apresentou aumento de 76% em comparação ao mesmo período de 2021, refletindo também acréscimo no produto de intermediação financeira. Este resultado exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, dentre outros.

O lucro líquido nos nove primeiros meses do ano foi 29,5% acima do volume do mesmo período em 2021, chegando a R$ 34,2 bilhões. Ele foi impulsionado pelo efeito líquido da reclassificação do investimento em JBS (R$ 5,8 bilhões), além de receita com dividendos/JCP de R$ 7,9 bilhões no primeiro semestre (totalizando R$ 14,9 bilhões no período de nove meses), reversão de provisão para risco de crédito pelo recebimento integral do Grupo Oi e alienações de ações, notadamente Eletrobras e JBS.

Os desembolsos no terceiro trimestre de 2022 totalizaram R$ 29,4 bilhões (R$ 62,9 bilhões no acumulado de 9 meses), registrando crescimento de 57,8% frete aos do segundo trimestre do ano e 34,9% aos do mesmo período do ano passado.

Houve despesa com provisão para risco de crédito de R$ 500 milhões no terceiro trimestre de 2022, impactada por atualização do saldo devedor de contratos.

O produto de intermediação financeira atingiu R$ 4,9 bilhões, aumento de 11,8% em comparação ao terceiro trimestre de 2021, acompanhando a elevação na taxa Selic, que remunera as disponibilidades e os títulos públicos.

Fábrica de Projetos

Na área de concessões, privatizações e PPPs de infraestrutura, o BNDES superou a marca de R$ 250 bilhões em capital mobilizado por projetos estruturados no Banco. O valor inclui investimentos contratados para os próximos anos, além de outorgas arrecadadas pelo Governo Federal, Estados e Municípios parceiros. O valor representa mais de 40 vezes o orçamento anual do Ministério da Infraestrutura.

Nos últimos três meses, o Banco concluiu dois leilões de saneamento para 24 municípios do Ceará, incluindo parte das regiões metropolitanas de Fortaleza e do Cariri (R$ 6,2 bilhões em investimento); a concessão de dois conjuntos de rodovias estaduais em Minas Gerais (R$ 2,3 bilhões em investimento); além da concessão de parques nos estados do Rio Grande do Sul (Caracol, Tainhas e Turvo) e Bahia (Conduru).

Também houve o primeiro leilão de imóveis da atual carteira (terrenos pertencentes a Furnas no Rio de Janeiro), além da PPP de iluminação pública de Curitiba (R$ 329 milhões em investimentos) e da Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE-G), arrematada por R$ 928 milhões.

A carteira da Fábrica de Projetos possui atualmente outros 153 ativos em estruturação e mais de R$ 215 bilhões em capital a ser mobilizado para os próximos anos. No quarto trimestre, estão previstos os leilões da Empresa Gestora de Ativos (Emgea), Ceasa Minas, Cais Mauá (Porto Alegre), Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), metrô de Belo Horizonte (CBTU-MG), a concessão de parques nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, entre outros.

Sustentabilidade

Em agosto deste ano o BNDES lançou o maior edital para a aquisição de créditos de carbono no mercado voluntário da história do país, no valor de R$ 100 milhões. O Banco vai selecionar projetos com foco em reflorestamento, redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, energia (biomassa e metano) e agricultura sustentável. Ao todo, foram recebidas 33 propostas que totalizam R$ 510 milhões em projetos.

A carteira de crédito do BNDES também atingiu a marca de 68% de recursos vinculados a projetos que apoiam o desenvolvimento sustentável, representando um montante de R$ 241 bilhões no total. Neste terceiro trimestre, R$ 6,3 bilhões foram desembolsados em economia verde e R$ 9,7 bilhões em desenvolvimento social.

Inadimplência

A inadimplência (+ 90 dias) se manteve em patamar baixo, caindo de 0,17% em 30 de junho de 2022 para 0,10% em 30 de setembro de 2022, inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,85% na mesma data). Este é o menor valor registrado desde o primeiro trimestre de 2021. A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, com 93,2% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de setembro de 2022. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,4% em 30 de junho de 2022 (última informação disponível).

O índice de renegociação atingiu 10,56% em 30 de setembro de 2022, ainda impactado pelas renegociações no âmbito do produto Standstill COVID-19, que alcançaram 10,03% da carteira bruta.

Ativos

O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 718,9 bilhões em 30 de setembro de 2022, redução de R$ 14,8 bilhões (2%) em relação ao trimestre anterior, impactado pelos pagamentos ao Tesouro Nacional de R$ 12,6 bilhões (liquidações antecipadas de R$ 10 bilhões e pagamentos ordinários de R$ 2,6 bilhões) e pagamento de juros ao FAT de R$ 9,8 bilhões, atenuados pelo recebimento de dividendos/JCP e ingresso de recursos do FAT.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 454,8 bilhões, representando 63,3% dos ativos totais em 30 de setembro de 2022. O acréscimo de 1,5% em relação a 30 de junho de 2022 foi ocasionado por desembolsos superiores ao retorno das operações, além de apropriação de juros, atualização monetária e variação cambial sobre a carteira em moeda estrangeira. Já a carteira de crédito expandida totalizava R$ 463,2 bilhões em 30 de setembro de 2022, aumento de 2,2% em relação ao fechamento do trimestre anterior.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 68,8 bilhões em 30 de setembro de 2022, mantendo-se no mesmo patamar do trimestre anterior.

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