O BB Investimentos revisou sua posição em Raia Drogasil (RADL3) mnantendo recomendação neutra e preço-alvo em R$ 31,40 ante os R$ 22,20 do portfólio anterior.
Para a instituição financeira, o resultado referente ao terceiro trimestre de 2020 foi positivo, visto que a companhia apresentou crescimento em receita e vendas mesmas lojas, além de manutenção de margens saudáveis, mesmo diante de um cenário ainda desafiador.
“Vale destacar o incremento das vendas por meio dos canais digitais, que atingiu 7,1% do total neste trimestre, 4,6 p.p. superior ao observado no mesmo período do ano anterior”, informou o banco.
RADL3: desempenho das Ações
Conforme relatório encaminhado ao mercado, os papéis da RADL3 apresentam uma performance positiva tanto em 2020 (+17,3%), quanto nos últimos 12 meses (+22,5%).
Na perspectiva da instituição financeira, essa valorização se deve tanto pelo perfil resiliente característico do setor em que a companhia atua, ainda mais diante do cenário econômico adverso vivenciado nestes últimos meses, quanto pela sua capacidade de execução superior aos seus concorrentes, dada sua habilidade de manter uma expansão acelerada combinada com manutenção de rentabilidade.
“Nossa aposta é de que a RD deverá continuar sustentando essas vantagens competitivas frente à concorrência”, elencou.
Números
A RD teve lucro líquido de R$ 174,7 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 19,5% em relação ao mesmo período anterior, de acordo com dados divulgados pela rede de varejo farmacêutico na noite de terça-feira (27).
Já a receita bruta consolidada alcançou R$ 5,4 bilhões, um incremento de 12,8% ante o terceiro trimestre do ano passado, com o segmento OTC (produtos de saúde que não exigem prescrição médica) sendo o destaque, com crescimento de 17,3%. A margem bruta passou de 27,7% para 27,8%.
“Conforme as medidas de distanciamento social implementadas para combater a pandemia do Covid-19 foram afrouxando ao longo do trimestre, obtivemos melhoras consideráveis nas receitas… Nosso crescimento em mesmas lojas alcançou 6,7%, enquanto lojas maduras cresceram 1,4%”, observou.
Véspera
De acordo com os dados divulgados na véspera, os canais digitais representaram 7,1% das vendas do varejo, em linha com o segundo trimestre, “apesar da progressiva normalização do tráfego de clientes em nossas lojas”.
O resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou em 10,5%, para R$ 397,2 milhões, com margem de 7,4%, ligeira queda em relação aos 7,5% um ano antes.
A companhia
A companhia chamou a atenção para um ganho inflacionário sobre os estoques no trimestre, em função do adiamento do aumento de preços de março para maio.
Mas ponderou que esse ganho foi parcialmente compensado em função do ajuste a valor presente (AVP), um efeito não-caixa, resultado de um ciclo de caixa excepcionalmente maior e da taxa de juros mais baixa, bem como maior investimento em promocionalização e aumento transitório nas perdas de inventário, sobretudo no tocante ao vencimento dos estoques de álcool líquido com validade curta comprados no pico da pandemia.
Ciclo de caixa
O ciclo de caixa no terceiro trimestre foi 8,9 dias maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Os estoques aumentaram em 2,8 dias, enquanto recebíveis aumentaram 1,8 dia.
A rede registrou um fluxo de caixa livre positivo de 351,8 milhões de reais e uma geração total de caixa de R$ 331,3 milhões no terceiro trimestre.
Trimestre
Dos R$ 184,4 milhões investidos no trimestre, R$ 87,3 milhões foram destinados a abertura de novas lojas, R$ 37,6 milhões foram para a reforma e ampliação de lojas existentes e R$ 59,5 milhões foram para infraestrutura.
A RD inaugurou 64 lojas entre julho e setembro, 12 a mais do que no mesmo período de 2019, com 3 fechamentos, terminando o trimestre com um total de 2.223 estabelecimentos.
“Com isso, totalizamos 158 aberturas brutas em 2020 e reiteramos nosso guidance de 240 para o ano”, afirmou a companhia, também lembrando do novo guidance de 240 aberturas brutas por ano para 2021 e para 2022.
A empresa
A empresa encerrou o trimestre com uma dívida líquida ajustada de R$ 1,18 bilhão, versus R$ 876,9 milhões no mesmo período de 2019. A dívida líquida ajustada sobre o Ebitda ficou em 0,9 vez, 0,2 vez maior quando comparada ao mesmo período do ano passado, mas 0,3 vez menor na base trimestral.
“Esperamos normalizar nosso nível de alavancagem financeira nos próximos dois trimestres”, afirmou.
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