Governo não congela gasolina, mas vai gastar bilhões em subsídios

Reunião entre ministros não teve o pior resultado possível, de acordo com o mercado, mas promessa é de torrar dinheiro

A reunião da Petrobras (PETR3; PETR4) ontem não terminou com o que o mercado mais temia: uma revisão na política de preços da companhia. O que aconteceu na reunião, porém, foi a decisão por um subsídio temporário, com duração de três a seis meses, para a gasolina, como forma de conter a alta dos combustíveis frente à escalada agressiva do preço do petróleo.

O governo agora começa a realizar cálculos para entender qual seria esse subsídio e quando ele pode ser aplicado – a ideia é que parte do preço da gasolina seja subsidiado quando o barril de petróleo estiver acima de US$ 95. Atualmente, o barril do tipo Brent está cerca de US$ 130, e as tensões no conflito entre Rússia e Ucrânia podem fazer a commodity disparar para até US$ 200 ou US$ 300.

Ontem, o presidente americano Joe Biden baniu as importações de petróleo da Rússia, o que deve pressionar o mercado. Vladimir Putin revidou minutos depois: o Kremlin editou uma norma que permite que ele barre exportações de commodities – o que e para quem ainda será decidido em dois dias -, o que permite fechar o fornecimento de gás natural para a Europa ocidental. Minutos depois da decisão, o gás natural chegou a bater preços equivalentes a US$ 600 por barril de petróleo – embora o mercado tenha se acalmado depois.

A reunião de ontem contou com o presidente da Petrobras, Joaquim da Silva e Luna, junto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e três ministros do governo de Jair Bolsonaro: Bento Albuquerque, de Minas e Energia, Ciro Nogueira, da Casa Civil e Paulo Guedes, ministro da Economia, que surpreendeu e se mostrou mais favorável ao congelamento de preços. Há a expectativa de desoneração de impostos nos combustíveis, mas retirar o ICMS enfrenta a resistência de governadores.

Se o subsídio for aprovado, a briga interna ainda é muito grande, é difícil que ele será só de seis meses: isso significaria que ele terminaria próximo do primeiro turno das eleições presidenciais, ou, na pior das hipóteses, entre o primeiro e segundo turnos – a lógica eleitoreira provavelmente fará o subsídio ser prorrogado até o final do ano. Para ficar de olho no seu dinheiro, entre nos nossos grupos de WhatsApp e receba notícias do mercado em tempo real, além de materiais, relatórios e outras informações que vão te ajudar a investir melhor e guardar mais dinheiro.

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