O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE ficou estável ao variar 0,1 ponto em abril, para 94,5 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (95,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice subiu pelo segundo mês consecutivo ao variar 0,5 ponto, para 93,6 pontos.
“Após uma forte alta no mês passado, a confiança da indústria estabiliza em abril. Pelo lado das expectativas, houve compensação de parte dos resultados positivos do mês anterior. As perspectivas são mais favoráveis para a produção, porém voltam a ficar cautelosos no horizonte de seis meses. Os empresários veem alguma melhora após longo período de dificuldades para o escoamento dos estoques. Apesar disso, o nível da demanda ainda está abaixo do normal, e é um sinal de alerta, tendo vista as dificuldades que o Brasil enfrenta para reacelerar a atividade econômica com a manutenção da taxa de juros em patamar elevado.” comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em abril, houve alta da confiança em nove e estabilidade em um dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete melhores avaliações sobre a situação atual, apesar de piora nas expectativas em relação aos próximos meses.
O Índice Situação Atual (ISA) avançou 2,0 pontos, para 93,5 pontos, e se reaproximou do nível observado em dezembro de 2022 (93,8 pontos). Após o forte avanço observado em março, o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,8 ponto para 95,7 pontos.
Entre os quesitos que integram o ISA, o indicador que mede o nível de estoques foi o que mais influenciou positivamente ao alcançar 105,0 pontos, uma redução de 4,3 pontos desde o início do ano. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Em menor proporção, a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda subiu 2,4 pontos, para 94,9 pontos, melhor resultado desde outubro de 2022. No sentido contrário, o indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios recuou 1,0 ponto para 91,1.
Em relação as perspectivas futuras, os empresários revisaram suas expectativas após a forte melhora no último mês. O indicador que mede o emprego previsto para os próximos três meses, foi o que exerceu maior influência no índice, ao recuar 5,3 pontos, para 96,5 pontos.
No horizonte mais longo, de seis meses, houve piora da tendência dos negócios, com queda de 4,0 pontos no indicador recuando para 90,2 pontos, se mantém abaixo do nível de neutralidade desde setembro de 2021 (102,7 pontos). No sentido contrário, a produção prevista avançou 4,3 pontos, para 100,7 pontos, essa é a primeira vez que o indicador alcança o nível de neutralidade desde junho de 2022 (102,9 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria teve seu maior avanço desde setembro de 2020, ao subir 1,7 ponto percentual, para 80,7%. Com esse resultado o indicador retorna ao patamar observado em outubro de 2022.
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