Bradesco (BBDC4) reporta lucro no 4º tri, cancela ações e bonificação e fecha agências

A rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como um banco remunera seu acionista, caiu 1,2 ponto percentual

O Bradesco (BBDC4) superou com folga previsões do mercado para o lucro do quarto trimestre, uma vez que o controle de despesas operacionais e o aumento do crédito compensaram o efeito de maiores provisões para perdas com calotes devido aos efeitos da pandemia da Covid-19.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro de outubro a dezembro somou 6,8 bilhões de reais, alta de 2,3% ante mesma etapa de 2019, excluindo efeitos extraordinários. O número veio bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de lucro de 5,546 bilhões de reais para o período.

Segundo a Reuters, a rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como um banco remunera seu acionista, caiu 1,2 ponto percentual, para 20%, mas ficou muito acima da previsão média de analistas, de 16,1%.

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Provisão

A provisão para perdas esperadas com calotes no trimestre, de 4,568 bilhões de reais, foi 14,7% maior ano a ano. Porém, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,2%, queda sequencial de 0,1 ponto e recuo de 1,1 ponto no ano a ano.

A carteira expandida de crédito do Bradesco fechou dezembro em 687 bilhões de reais, aumento de 10,3%.

O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que o desempenho mostrou a capacidade do banco de enfrentar cenários adversos. “Crescemos no crédito, reduzimos a inadimplência e adotamos como mantra a austeridade total na estrutura de custos da organização, inclusive com a consolidação das agências sobrepostas”, afirmou Lazari.

O banco teve queda de 9,3% nas despesas operacionais no trimestre, no comparativo ano a ano, a 11,48 bilhões de reais. O recuo nessa linha veio em parte com redução de 6 mil funcionários no quadro de pessoal do Bradesco nos últimos três meses do ano passado.

Previsões

O Bradesco previu para este ano crescimento de 9% a 13% de sua carteira expandida de crédito e uma redução de 1% a 5% de suas despesas operacionais em relação a 2020.

Além disso, projetou uma provisão de 14 bilhões a 17 bilhões de reais para perdas com calotes, o que significa uma redução relevante em relação a 2020, quando essa linha somou 25,75 bilhões de reais.

Cancelamento de ações e bonificação

A instituição financeira informou que pretende cancelar 34.685.801 ações nominativas escriturais sem valor nominal, mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social, das quais 7.307.259 ordinárias e 27.378.542 preferenciais, adquiridas por meio de programas de recompra.

A proposta será submetida por seu conselho de administração aos acionistas em assembleia geral extraordinária a se realizar em 10 de março, ocasião em que também vai deliberar sobre bonificação em ações decorrente do aumento do capital social em R$ 4 bilhões, de R$ 79,1 bilhões para R$ 83,1 bilhões, mediante a capitalização de parte do saldo da conta “reserva de lucros-reserva estatutária”, com a emissão de 883.552.687 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 442.779.931 ONs e 440.772.756 PNs, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de uma nova ação para cada 10 da mesma espécie de que forem titulares na data-base, a ser fixada após a homologação do processo pelo Banco Central.

Segundo fato relevante da instituição, o objetivo da bonificação é aumentar a liquidez das ações no mercado, possibilitar um ajuste nas cotações e melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais.

A data-base para o direito à bonificação será divulgada após aprovação pelo BC e as atuais ações continuarão a ser negociadas com direito à bonificação e as novas ações serão liberadas à negociação após aprovação do BC. Essas ações farão jus a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio a partir da data de sua inclusão na posição dos acionistas.

Fechamento de agências

O Bradesco terminou 2020 com o fechamento de 1.083 agências físicas. Em dezembro, a instituição contava com 3.395 unidades espalhadas pelo País, 24,2% inferior ao número registrado em igual mês do ano anterior. Além disso, foram desligados 7.754 funcionários. O banco, com isso, encerrou o ano passado com um quadro de 89.575 pessoas, 8% abaixo do nível verificado no fim de 2019.

Segundo o banco, tais ações, atreladas ao forte controle de custos, possibilitaram uma redução de R$ 3,2 bilhões, ou 6,6%, das despesas operacionais, levando o índice de eficiência operacional a um resultado de 46,3% em 12 meses, melhor desempenho da história do banco.

“Adotamos como mantra a austeridade total na estrutura de custos da Organização, inclusive com a consolidação das agências sobrepostas”, explicou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em comentário à imprensa.

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