A empresa de logística Sequoia, especializada no mercado de e-commerce, movimentou R$ 1 bilhão em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo informações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A oferta primária, cujos recursos irão para a companhia, movimentou R$ 348,1 milhões, para fazer aquisições, para investir em automação e otimizar a estrutura de capital.
Tranche
E a tranche secundária, papéis detidos por atuais sócios, incluindo a firma norte-americana de private equity Warburg Pincus, movimentou R$ 652,6 milhões.
A oferta saiu a R$ 12,40 por ação, abaixo da faixa fixada entre R$ 14,25 e R$ 17,75.
A oferta é liderada por BTG Pactual, Santander, Morgan Stanley e ABC Brasil.
IPO
Os IPOs de empresas brasileiras enfrentaram uma demanda menor do que o esperado em meio a preocupações com a disciplina fiscal do Brasil e uma enorme fila de operações.
Ainda assim, segundo a Reuters, 56% das ações vendidas na oferta foram adquiridas por investidores estrangeiros, acima da média de 40% verificada neste ano.
Setor de logística
Seis anos em seis meses. Com esse ritmo de crescimento do e-commerce no Estado de São Paulo na primeira metade do ano, o mercado de galpões logísticos ganhou peso e cada vez mais participação na indústria de fundos imobiliários.
E, de acordo com especialistas em conversa com o Infomoney, apesar do forte avanço e da maior oferta de galpões, o setor não tem excesso de projetos e segue com espaço para crescimento.
“Estamos longe da saturação no mercado de logística”, afirmou Mauro Dias, presidente da GLP Brasil durante painel do FII Summit, realizado na última quinta-feira (24).
Segundo ele, o mercado não estava preparado para a aceleração do crescimento e, para manter o ritmo aquecido de demanda, serão necessárias novas áreas.
A opinião é compartilhada por Pedro Carraz, sócio da XP, que destacou o parque logístico deficitário no Brasil, tanto em quantidade quanto em qualidade. “Menos de 20% da área bruta locável total é tida como de qualidade, ‘AAA’, ou seja, muito pouco quando se compara com outros países”, afirmou.
A avaliação é de que o espaço para crescimento do setor é “enorme” e quem vai ditar o ritmo será o consumidor.
Isso porque cada vez mais serão exigidas entregas com maior qualidade em menor tempo e custo. E as empresas vão ter que se adaptar para estarem mais próximas do consumidor final e reforçar sua área de armazenagem para atender a demanda, disse o sócio da XP.
Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, chamou atenção para o fato de que, além do estoque baixo de galpões no país, o segmento ainda é muito concentrado no eixo Rio-São Paulo. Um movimento crescente, contudo, tem sido visto por companhias adentrando demais regiões, caso da Amazon, no Nordeste, contou.
Apesar do otimismo com o mercado, Nicastro destacou sua preocupação com o “excesso de dinheiro” no setor, dadas as menores barreiras de entrada.
Dias, da GLP Brasil, contudo, indicou que nem todos os empreendimentos atuais atendem um nível de qualidade máxima do setor. “Localização não conta toda a história no diferencial do ativo”, afirmou, ao elencar a capacidade do time de gestão e a relação com os locatários dos parques logísticos.
Para Carraz, a grande dificuldade de gestores de FIIs de logística nos últimos meses tem sido a concorrência na aquisição de ativos de qualidade.
“Os players estão disputando os mesmos ativos – muitos deles sem as especificações que os fundos buscam, por conta de os parques logísticos estarem desatualizados”, afirmou.
Essa concorrência, contudo, é tida como saudável, segundo ele, e contribui para o desenvolvimento do setor.
“À medida que tivermos mais dificuldade em pagar o preço que julgamos justo, vamos começar a desenvolver ativos próprios, comprar terrenos e construir. No fim do dia, o segmento é vencedor e quem ganha é o consumidor”, disse o sócio da XP.
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