A pandemia do novo coronavírus afetou o setor de turismo e hotelaria. Aos poucos os portos e aeroportos estão voltando à rotina e a CVC (CVCB3) tem R$ 1,5 bilhão em caixa para investir na própria companhia.
A afirmação é de Maurício Montilha, diretor-executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores, para quem o dinheiro é suficiente para honrar com os compromissos da CVC. “Essa iniciativa deixa os investidores mais confiantes em relação à empresa”, disse.
A empresa agiu rápido para diminuir os impactos causados pela pandemia. Isso inclui maiores possibilidades de remarcação de viagens, estratégias para evitar inadimplência, flexibilização dentro, e fora da empresa. Acompanhe agora a entrevista exclusiva com Mauricio Montilha.
1bi: qual foi o tamanho do impacto da pandemia na CVC, e quantas lojas não conseguiram aguentar o baque econômico e fecharam as portas?
A CVC atende pessoas físicas e jurídicas. Atendemos mais de 10 mil agências de turismo pelo país. A pandemia nos pegou em cheio em nosso negócio .O faturamento caiu para estaca zero, algo que nunca aconteceu na história da empresa. Durante o período de restrição de movimentação, entre abril, maio e junho, nós ficamos praticamente com as 1400 lojas fechadas. Em junho começamos a reabrir as lojas, hoje temos 1200 lojas abertas, e caminhando para abrir mais. Nosso atendimento online também precisa ser destacado. O serviço está melhor do que nunca e o cliente pode resolver a maior parte de suas questões por lá. (No arquivo abaixo, o trecho está localizado a partir de 01:27)
1bi: mesmo com uma queda gigantesca de viagens, vocês continuaram vendendo no primeiro mês de pandemia cerca de 20% do que vendiam antes, isso se manteve durante o período de isolamento ou a CVC ficou praticamente sem receita?
Em abril, maio e junho nossa receita foi praticamente zero. Mas somos uma empresa otimista, e focamos no nosso objetivo, nosso lema virou “o turismo sumiu mas, o turista não sumiu”. Em médio e longo prazo, nós temos boas perspectivas de recuperação. Mas o que aconteceu durante a pandemia com a indústria do turismo nunca aconteceu. (A partir de 04:13)
1bi: como a CVC lidou com as questões internas como relacionamento com clientes, fornecedores, funcionários?
Nós somos um elo importante no ecossistema. Embarcamos 13 milhões de passageiros por ano, mais de 10 mil pequenas agências vendem através de nós, 60% dos hotéis no nordeste dependem da CVC. O turista conseguiu parcelar suas viagens através de nossas inovações, nós trouxemos isso pro mercado. Quando veio a crise, a CVC parou de fechar pacotes mas por conta das nossas formas de pagamento, nós continuamos recebendo dinheiro. Nós garantimos que todos eles pudessem remarcar com tranquilidade suas viagens ao invés de cancelar, e assim honramos todos os nossos compromissos com todos aqueles que dependem de nós. (A partir de 05:27)
1bi: Vamos falar de ações, nenhum segmento sentiu mais forte essa pandemia como eventos e turismo. Antes do coronavírus, a CVC teve problemas contábeis, isso acaba impactando a credibilidade da empresa. O que você tem para falar ao investidor sobre o por que ele deve manter a CVC em sua carteira de ações?
Primeiramente não posso fazer a recomendação de ações, mas posso dizer que nosso compromisso é sério. Erros todos cometem, quem levantou os próprios problemas fomos nós, e nós mesmos estamos resolvendo. Estamos todos comprometidos com a qualidade do nosso serviço e não apenas preocupados com os números. Estamos nos reerguendo. O turismo doméstico está voltando com muita força, somos o campeão neste nicho, e por conta do dólar alto, o brasileiro está voltando a descobrir o Brasil, e isso é extremamente valioso para nós. Apesar de tudo estamos com R$1.5bilhões em caixa, temos dinheiro para honrar com todos os nossos compromissos. Os acionistas se mostram muito confiantes. (A partir de 14:30)
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