A Oi (OIBR3) deverá enfrentar a contestação dos bancos às mudanças em seu plano de recuperação judicial, aprovadas anteontem em assembleia.
Segundo o Valor Econômico, o Banco do Brasil (BB), maior credor bancário da companhia, e a Caixa já decidiram que vão recorrer à Justiça, e outras instituições financeiras estudam adotar o mesmo caminho, apurou o Valor.
Há dois pontos centrais na insatisfação dos bancos. Um deles é o desconto – ou “haircut”, no jargão do mercado – de 55% no valor de face das dívidas da operadora de telefonia.
O outro é o tratamento que os bancos consideram desigual e vantajoso aos “bondholders” da operadora de telefonia.
OIBR3: instituições contestam
As instituições financeiras contestam o tamanho do desconto imposto a eles no plano aditado.
Na versão original, aprovada em 2017, ficou acertado que os bancos não sofreriam “haircut” em suas dívidas, que somam cerca de R$ 18,5 bilhões.
No entanto, esse valor seria corrigido a 80% do CDI ao longo dos 30 anos de pagamento das parcelas.
Conforme o jornal, algum desconto seria até admissível agora, mas não nessa magnitude.
OIBR3: haircut
Na assembleia de terça-feira, a Oi reduziu o haircut previsto na proposta de 60% para os 55%, podendo cair a 50% se os bancos concedessem fiança. Porém, o patamar não foi considerado satisfatório.
Outra questão crucial é que os bondholders da Oi já tiveram parte de seus créditos convertidos em ações e ainda assim puderam votar na assembleia de terça feira – o que, para os bancos, configura conflito de interesses.
OIBR3: bondholder
O peso do voto dos bondholder chegou a ser reduzido na assembleia, mas na visão dos bancos esse mecanismo não foi suficiente para eliminar o conflito.
É justamente nesse ponto que os bancos veem mais margem para contestar o resultado, apurou o Valor.
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