MODAL: IPCA-15 e a alta

Acumulado em 12 meses o índice deve atingir alta de 4,16% vs. 4,22% anterior

Para o IPCA-15 de maio, que será divulgado nesta próxima quinta-feira, estimamos alta de 0,59%, abaixo das expectativas do mercado pela BBG (0,65%). Acumulado em 12 meses o índice deve atingir alta de 4,16% vs. 4,22% anterior.

Em suma, a divulgação deve apresentar leve surpresa positiva com uma desaceleração forte de serviços e transportes. Importante ressaltar, contudo, que as leituras subjacentes e núcleos ainda devem apresentar um avanço significativo, indicando uma maior resiliência do indicador de inflação.

Comentário

Para o IPCA-15 de maio, que será divulgado nesta próxima quinta-feira, estimamos alta de 0,59%, abaixo das expectativas do mercado pela BBG (0,65%). Acumulado em doze meses o índice deve atingir alta de 4,16% vs. 4,22% anterior.

A leitura contará com pressão contínua de Alimentação e Bebidas (0,84%) com contribuição de 18bps. Em sua composição projetamos alta de 0,96% de Alimentação no Domicílio e avanço de 0,52% de Alimentação Fora do Domicílio.

Note-se que os primeiros sinais de aceleração foram confirmados na divulgação do IPCA de abril, ao passo que a último leitura parcial ainda apresentava inflação mais amena de 0,18%. Também gerando pressão altista temos Saúde e Cuidados Pessoais com avanço estimado de 1,55% e impacto de 20bps. De mesma forma este avanço já foi indicado pela
última leitura cheia, sendo liderado por produtos farmacêuticos.

Destaque do mês será leve deflação de Transportes (-0,03% vs. 1,44% anterior).
Este movimento está associado à dissipação do efeito da reoneração parcial de tributos sobre combustíveis, anunciado no final de fevereiro, aliado à uma deflação de passagens aéreas de -20,1% (coleta proprietária Modal). Note que, apesar de esperarmos leve queda em Transportes, o anúncio de redução de preço de combustíveis pela Petrobras impactará apenas a partir do IPCA cheio de maio. Consequentemente o item deve apresentar alivio adicional nas próximas divulgações do indicador. Adicionalmente, pontua-se que demais grupos devem seguir levemente estressados, em especial Habitação, com alta de 0,60% e impacto de 9bps, e Artigos de Residência, avançando 0,58% mas contribuindo com apenas 2bps para o headline.

Na composição, esperamos alta de 1,09% de Administrados vs. 1,41% anterior, movimento associado a combustíveis. Em relação a Livres, projetamos avanço de 0,42%, o que representa uma aceleração marginalmente mais leve em função de passagens aéreas. Serviços, por sua vez, apontam para uma alta de apenas 0,12%, positivamente influenciado por transportes, enquanto sua leitura subjacente deve se manter pressionada com aumento de 0,43%.Industriais e seus subjacentes, por outro lado, devem apresentar altas relevantes de 0,52% e 0,66%, respectivamente.

Em suma, a divulgação deve apresentar leve surpresa positiva com uma desaceleração forte de serviços e transportes. Importante ressaltar, contudo, que as leituras subjacentes e núcleos ainda devem apresentar um avanço significativo, indicando uma maior resiliência do indicador de inflação. Prospectivamente, espera-se uma
continuação da pressão para que o Banco Central reduza a taxa de juros apesar de uma dinâmica inflacionária ainda pressionada.

*Rafael Rondinelli é economista no Modal

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