Em razão da crise que a Bolsa de Valores brasileira (B3) vem enfrentando e as incertezas econômicas do país, empresas seguem interessadas em programas de recompra de ações.
Portanto, este é o terceiro mês do ano sem respiro, somando 73 empresas dentro do programa de recompra de ações da Bolsa de Valores. Sendo que, neste trimestre, foram 32 novas companhias interessadas.
O cenário pouco animador do mercado segue acompanhando o Ibovespa em pior desempenho, com uma desvalorização de 6,57% em setembro. Além disso, existem incertezas no âmbito da política, as quais atrapalham as perspectivas econômicas.
Sendo assim, descubra o que é uma recompra de ações, para que serve e porque as empresas estão fazendo muitas nesses últimos tempos.
O que são recompra de ações?
Em suma, a recompra de ações é um método em que as empresas de capital aberto com caixa à disposição fazem para oferecer recursos aos acionistas. Sendo assim, a companhia pode vender ou custodiá-las em sua tesouraria.
Desse modo, aplicando este método a companhia diminui a quantidade de ações em circulação. Com isso, ampliando a participação dos acionistas na distribuição de proventos.
Logo, a recompra de ações pode acontecer em um momento irracional de queda na Bolsa. Ou até mesmo, em um cenário de que a companhia é contra o preço em que o mercado está avaliando suas ações.
Portanto, quando este método é aplicado pelas empresas, representa uma sinalização ao mercado de que a mesma acredita no potencial de suas ações.
Motivo da alta procura
A propósito, existem uma série de fatores que impulsionaram este cenário de grande interesse por parte das companhias nos últimos três meses. Logo, o que se destaca é a combinação dos preços das ações estarem abaixo do valor com o caixa em dia.
Uma vez que a companhia apresentou bons resultados no segundo trimestre deste ano, esse é um aspecto determinante para que ela entre no programa de recompra.
De acordo com Carlos Eduardo Sequeira, chefe da área de análise e pesquisa do BTG Pactual para América Latina, as empresas possuem uma alta disponibilidade de caixa e suas ações se encontram em baixa, favorecendo as recompras e o pagamento de dividendos.
Isto posto, em um momento de queda do mercado, como ocorreu nos últimos pregões da B3. As companhias que possuem caixa de sobra se interessam ainda mais pelo programa de recompra. Uma vez que, a contar de janeiro de 2020 até setembro deste ano, 135 empresas entraram para o programa de recompra.
Além disso, os interesses no programa podem estar associados à aprovação da reforma tributária, a qual visa o fim do pagamento de juros sobre capital próprio e taxação dos dividendos.
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