O volume administrado pelas casas de gestão de patrimônio alcançou R$ 220,5 bilhões em 2020, o que representa um crescimento de 32,7% em relação ao ano anterior. Os dados são da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Nesse segmento, os investidores são representados por grupos econômicos, ou seja, famílias de clientes que podem conter um ou mais CPFs, dependendo da classificação adotada por cada instituição. Esses grupos tiveram alta de 35,3% no período: foram de 5.838 em 2019 para 7.900 no ano passado.
“Em situações de crise, é comum destacar os riscos, mas pouco se fala dos mecanismos de proteção e das oportunidades de mercado encontradas nos momentos voláteis. É exatamente na crise que a atuação dedicada dos gestores de patrimônio se sobressai. Diante das turbulências de 2020, os clientes puderam contar com a assessoria de especialistas que ajudaram não só a proteger o patrimônio daqueles com menor disposição para riscos, mas também a traçar estratégias que alavancaram os investimentos dos que têm apetite por aplicações mais arrojadas”, afirma Jan Karsten, diretor da ANBIMA.
Patrimônio
Ao olhar para os ativos, a carteira dos clientes é composta por 25,3% de cotas de fundos multimercados, 17,5% de cotas de fundos de ações e 11,4% de cotas de fundos de renda fixa. Os três ganharam participação em relação a 2019, quando respondiam por 25,2%, 16,6% e 10,3% dos investimentos, respectivamente. Alguns produtos perderam espaço em 2020. As ações passaram de 12%, em 2019, para 10,9%; as cotas de fundos estruturados (que incluem fundos imobiliários e de participações) caíram de 9,5% para 9%; e os títulos públicos foram de 7,9% para 6,8%, na mesma base de comparação.
Essas aplicações podem ser feitas por meio de dois instrumentos: fundos de investimento ou carteiras administradas. O segmento fechou 2020 com 2,3 mil fundos, que concentram a maior parte do volume dos clientes: R$ 150,2 bilhões, ou seja, 68,1% do total de aplicações. As carteiras administradas totalizam 8,6 mil e correspondem a R$ 70,3 bilhões (ou 31,9%).
Distribuição pelo país
A região Nordeste foi o destaque de crescimento do ano. Ela teve as maiores variações de volume financeiro, com alta de 43,2% (chegando a R$ 7,1 bilhões), e de número de grupos econômicos, com aumento de 57,7% (alcançando 208 grupos). O Centro-Oeste e o Norte avançaram 51,0% e 30,4% na quantidade de grupos – respondem por 143 e 30, respectivamente. Em contrapartida, apresentaram ligeira queda no montante, com retrações de 2,5% e 4,8%, encerrando 2020 com patrimônios de R$ 2,6 bilhões e R$ 648 milhões.
“Muitas instituições ampliaram seus atendimentos digitais, impulsionadas pelo avanço dos serviços online durante a pandemia. O volume financeiro do Norte e do Nordeste ainda é pequeno, comparado às demais localidades, mas o crescimento dos grupos é o primeiro passo para que essas duas regiões ampliem sua participação”, opina Karsten.
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Regiões
O Sudeste e o Sul, entretanto, concentram quase a totalidade do patrimônio do segmento e de investidores. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo correspondem por 85,7% do total aplicado, ou R$ 188,9 bilhões, distribuídos em 6.487 grupos econômicos. O Sul está na sequência, com 13,1% dos recursos dos clientes, ou R$ 21,3 bilhões, investidos por 1.031 grupos.
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