Nesta segunda-feira (9) a Vale (VALE3) se torna uma companhia sem dono. Ao menos no papel. A data marca o fim do acordo que concentrava o poder de decisão da mineradora nas mãos de poucos acionistas. A informação é do Estadão.
Conforme o jornal, a extinção formal do bloco de controle, porém, é vista como mais uma etapa no processo de evolução da governança da Vale.
A primeira prova de fogo para saber se a empresa caminha para ser uma corporation – jargão do mercado para definir companhias de capital pulverizado – de fato será a eleição do conselho, na assembleia de acionistas de 2021.
Privatização
Oriundo da privatização da Vale, em 1997, o bloco de controle que se desfaz nesta segunda era formado por Litel/Litela – que reúne os fundos de pensão estatais, sendo a Previ de participação mais relevante -, Bradespar, Mitsui e o BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Do ponto de vista da governança, a expectativa é que, em empresas sem um grupo controlador atuando de forma articulada, haja menos assentos carimbados e um conselho indicado de forma mais independente.
Na Vale, o primeiro teste será em abril, quando haverá eleição para as 13 vagas do colegiado – das quais uma é indicada pelos empregados – com mandato até 2023. Atualmente, a maior parte dos conselheiros tem ligação com o bloco de controle e há apenas três nomes independentes.
Comitê
Para auxiliar a renovação, a companhia criou em julho um comitê de nomeação, liderado pelo ex-presidente da Petrobrás e presidente do conselho da BRF, Pedro Parente, e Alexandre Gonçalves Silva, presidente do Conselho de Administração da Embraer.
O comitê tem entrevistado investidores e os atuais membros do colegiado. A ideia é que o órgão recomende as competências, perfis e potenciais candidatos ao conselho. Se aprovados, os nomes serão submetidos à Assembleia-Geral Ordinária.
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