Especialistas do mercado financeiro comentam desaceleração da inflação e seus impactos
Segundo o Relatório de Mercado Focus, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) para 2019 estava estimado para 3,65%, mas diminuiu para 3,59%. O governo tem tomado medidas como a redução da taxa de juros e a liberação do FGTS, com o intuito de injetar capital no país, plano que pode não funcionar com a baixa da inflação. O dado negativo, apesar de representar uma queda nos preços para o consumidor final, pode também representar uma desaceleração na economia, já que apesar da redução, a tendência é que haja espera por uma queda ainda maior. A desaceleração da prévia da inflação é de 0,08%, considerada a menor dos últimos 9 anos para um mês de agosto.
De acordo com a Sócia-Diretora da FB Wealth, Daniela Casabona, o resultado foi uma surpresa. “A prévia da inflação surpreendeu ao indicar uma desaceleração, esse é o menor índice desde agosto de 2010”. Casabona aponta que os fatores influenciadores foram principalmente a área de transporte e alimentação. “Esse fato foi bastante influenciado pelos valores de combustíveis, passagens e deflação dos alimentos”.
Já o Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus afirma que apesar dos dados positivos quando se fala sobre o PIB e a indústria, a recuperação deve demorar algum tempo ainda. “O momento agora é de estagnação econômica. A inflação deve seguir abaixo da média e os resultados devem aparecer de forma mais visível no próximo ano. A tendência é fechar o ano com a inflação abaixo da média, só veremos uma recuperação maior em 2020”. Laatus afirma que o consumo no varejo é um indicativo das melhorias. “Com o varejo também reagindo, o consumo reflete o IPCA e é um grande indicativo das melhorias”, afirma o Estrategista-Chefe.
Com o dólar oscilando na média de R$ 4,18, que demonstra uma alta de aproximadamente 1%, Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, aponta que junto com a prévia da inflação, o dólar futuro também deve sofrer alterações. “Estima-se que a moeda americana termine o ano com valor entre R$ 3,80 e R$ 3,85”, comenta. Bergallo enfatiza que a previsão inicial era uma queda da moeda americana, cenário que mudou com diversos fatores. “O mercado esperava que até o fim de 2019, principalmente com a redução da taxa de juros, a moeda americana chegasse na faixa de R$ 3,70, o que não deve se manter agora”, finaliza o Diretor de Câmbio.
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