TRADERS – POUCOS CONSEGUEM SOBREVIVER NEGOCIANDO NO MERCADO FINANCEIRO

“É fácil entrar no mercado financeiro, mas é difícil permanecer nele”

“É fácil entrar no mercado financeiro, mas é difícil permanecer nele”

O número de investidores que operam na bolsa de valores tem crescido consideravelmente. Desde o dia 1° de janeiro deste ano, o crescimento foi de quase 100%. Além disso, um estudo realizado pela ANBIMA, aponta que os investimentos movimentaram no Brasil pelo menos R$ 3 trilhões no primeiro semestre de 2019, sendo que, mais de 60% veio do varejo, acumulando aproximadamente R$ 2 trilhões. Apesar de rentável no longo prazo, a renda variável, é de alto risco, principalmente quando se trata de fazer day trade, já que o operador deve comprar ações no momento de baixa e vender na alta, de forma ágil, o que exige conhecimento na área. Recentemente, é possível ver que muitas pessoas estão deixando suas carreiras já consolidadas com o intuito de viverem dos investimentos, seguindo a profissão de trader. De acordo com uma pesquisa de perfis feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo menos 40% dos investidores são do estado de São Paulo, e as 3 profissões mais comuns entre os investidores são nas áreas de administração, engenharia e análise de sistemas.

Caio Soares, é trader e tem 20 anos, conta que seu intuito quando começou a investir era trabalhar para si mesmo. “Viver dos meus investimentos é o que sempre busquei. Fiquei impressionado em como podia ter bons resultados”. O jovem comenta que começou a fazer cursos e hoje envolve o mercado trader até mesmo em seus projetos da faculdade. “Em janeiro comecei o curso do Grupo Laatus, focado em formação de traders, e comecei a operar. Hoje, meu TCC é um estudo sobre o caminho de aprendizagem dos traders”, afirma. Para o Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, o que atrai as pessoas para o mercado financeiro é o fato de ser algo independente. “No mercado financeiro você não tem um chefe, você só depende do seu esforço, disciplina e dedicação, o que atrai muitas pessoas e muda muito a perspectiva da profissão”, comenta. Camila Hespanhol, 34 anos, atuava como designer de interiores e deixou a profissão e a cidade para seguir a carreira na renda variável. “Não estava contente com essa profissão e estava em busca de uma ocupação quando descobri o day trade”. Camila relata que em pouco tempo se organizou e decidiu mudar de cidade para iniciar as operações. “Me apaixonei pela profissão, e em 6 meses mudei para São Paulo para começar a operar no coworking do Grupo”, finaliza. Segundo Laatus, é comum as pessoas saírem decepcionadas por não obter resultados de forma rápida, mas ele pontua que operar é um processo que leva anos. “Pessoas chegam achando que será fácil e rápido, o caminho é árduo, não é um processo simples, grandes mentes estão dentro do mercado”.

O Estrategista-Chefe diz que quem se interessa pela área deve ter certeza da escolha e consciência de que não é um processo rápido. “Quem quer levar como profissão deve ter certeza do que quer, deve entender que não é algo lento”. Jefferson afirma que a profissionalização na área é um processo que leva entre 2 e 4 anos. “Em 4 anos de faculdade você sai formado, um trainee ou algo do tipo, mas não necessariamente um profissional, pois isso exige 6 ou 8 anos. No mercado financeiro, em um período entre 2 e 4 anos, você já é de fato um profissional”. Laatus recomenda que quem deseja viver dos investimentos esteja munido financeiramente, não só para investir, mas também para se manter durante o processo. “É importante se preparar e manter boas relações para suportar esse processo, já que leva anos”. O investidor deve saber lidar com os riscos da profissão para permanecer. “É uma profissão dura que leva tempo e envolve alguns dos maiores medos do ser humano, o medo de errar e o de perder dinheiro. É fácil entrar no mercado financeiro, mas é difícil permanecer nele”, finaliza.

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