O sonho do brasileiro ainda é ter a casa própria assim como a poupança é considerada um investimento seguro. São conceitos geralmente ensinados pelos pais e que vão passando de geração em geração.
Matematicamente ter o próprio imóvel é um erro, tanto do ponto de vista da diversificação, se concentrar grande parte do patrimônio como também da questão financeira, principalmente se a pessoa entrar em um financiamento imobiliário.
O aluguel na grande maioria das vezes compensa. Entretanto existem algumas situações em que comprar um imóvel pode sim ser uma boa opção.
Veja alguns exemplos:
Custo Felicidade de comprar imóvel:
Tudo aquilo que não pode ser mensurado através do dinheiro entra nesta conta. Por exemplo, uma pessoa que compra uma bolsa de uma marca famosa com um valor exorbitante, mas aquele objeto é a realização de um sonho e dará muita alegria para a compradora.
Apesar do valor daquele acessório não ser compatível com apenas um pedaço de couro, esta é um conta que não é possível de ser feita, pois a satisfação proporcionada será muito grande.
Isso vale também para um imóvel. Muitas vezes a tranquilidade emocional, ou até mesmo o fato de ter a casa dos sonhos em um lugar que tanto sonhou, não tem como simplesmente a comparação ser feita através de uma matemática financeira.
Leilão de imóvel:
Um imóvel pode ir para leilão por diversos motivos, como: dívida de condomínio, atraso nas parcelas do financiamento ou até mesmo em razão de uma ação judicial. Neste caso é feito o leilão em duas etapas.
A primeira etapa, também chamada de primeira praça, em que o valor mínimo para uma pessoa poder arrematar é o valor de avaliação, ou seja, muito próximo do valor de mercado. Entretanto, se ninguém tiver interesse o imóvel vai para leilão em segunda praça, o que equivale a 60% do valor de avaliação.
Por exemplo, um imóvel avaliado em R$ 1 milhão, se ninguém se interessar na primeira praça, será oferecido na segunda praça pelo valor de R$ 600 mil. Se não tiverem outros interessados, a pessoa que der este lance fica com o apartamento pagando quase metade do valor de mercado. Este é um outro caso em que comprar um imóvel pode ser um bom negócio.
Valorização de imóvel:
Alguns locais têm alto poder de valorização. Por exemplo, a construção de um metrô, uma avenida que será inteira refeita ou um bairro que está em franca expansão. Se o comprador tiver habilidade e se antecipar em comprar antes desta valorização, este bem tem grandes chances de ter uma valorização.
Um caso emblemático está na Av. Santo Amaro, na cidade de São Paulo. Um dos trechos está na zona mais nobre da cidade, porém, é uma avenida muito degradada e, portanto, os imóveis que estão nesta localidade chegam a valer 40% menos do um quarteirão ao lado.
Agora, a prefeitura de São Paulo fará um novo projeto de revitalização. Quem comprou imóvel nesta localidade poderá ter uma valorização de até 40% no prazo de um ano.
Deseducação Financeira:
Existem pessoas que não conseguem guardar dinheiro de nenhuma forma. A tentação de ver o dinheiro na conta causa uma inquietação. Para estas pessoas se o dinheiro está disponível é porque deve ser usado. Funciona como uma compulsão.
Neste caso, pela deseducação financeira, assumir uma dívida de um bem durável pode ser a melhor opção para forçar uma pessoa a guardar dinheiro.
“É o famoso melhor que nada. Entre não guardar nada e se endividar e pagar o valor de dois apartamentos, mas pelo menos ter um imóvel quando o financiamento ou o consórcio terminarem, é melhor se endividar. É o ruim contra o menos ruim”, ressalta Gueratto.
Blindagem patrimonial:
O imóvel utilizado como residência pela família não pode ser penhorado. Juridicamente é chamado de “Bem de Família”. Na prática, isso quer dizer que, caso uma pessoa possua uma empresa ou tenha uma dívida, a sua casa ou apartamento não podem servir para pagar a dívida. Dívidas de condomínio, IPTU, financiamento, pensão alimentícia ou se esta pessoa for fiadora de outra.
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