Especialistas do mercado financeiro comentam possíveis comportamentos do mercado após aprovação da Reforma da Previdência
Após passar por aprovação na Comissão, a Reforma da Previdência aguarda aprovação em 2º turno na Câmara. A expectativa do mercado, que já precifica a Reforma é positiva, como consequência disso, o maior índice da Bolsa de Valores, o Ibovespa, opera acima dos 105 mil pontos, bem próximo de seu recorde mais recente, onde atingiu a máxima de 106.650 pontos e o dólar a R$ 3,75, o que denota a estabilidade causada pela segurança do mercado e pode atrair um grande número de investidores para ações em Bolsa. Para Pedro Coelho Afonso, Economista-Chefe da PCA Capital, a votação após o recesso parlamentar pode ser um ponto negativo para a reforma previdenciária. “O mercado pode reagir mal ao processo da Reforma em aberto durante o recesso parlamentar, pois fica uma lacuna na agenda, suficiente para que as coisas mudem”, afirma.
“Haverá um espaço para que o Copom inaugure a queda de juros no ano, estima-se que essa redução seja de até 0,5% na Selic, isso devido ao IPCA fraco dos últimos tempos”, afirma o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo. Sobre a conclusão do processo de privatização, que segundo o texto base pode render até R$ 1,25 trilhão, Bergallo acredita que seja uma abertura para que outros temas relevantes sejam abordados. “Com a etapa das privatizações concluída, já se elimina uma agenda, por isso há abertura para que novas pautas, como a reforma tributária, sejam abordadas”. As medidas de Guedes devem formar uma agenda positiva após o fim do recesso parlamentar, mas ainda há um período de cerca de 40 dias para que as discussões sejam retomadas. “Creio que quando se encerrar o recesso e as votações em dois turnos, deve entrar uma agenda muito positiva para o país”, comenta o Diretor de Câmbio.
Para Jefferson Laatus, Sócio-Diretor do Grupo Laatus, a expectativa sobre o texto final é grande, já que a Reforma está basicamente aprovada. “No período após a Reforma há uma série de expectativas, principalmente quando se fala sobre como será o texto final, apesar de ainda estar passando pelos tramites legais, já está aprovada”, comenta. Laatus destaca que o maior interessado nas medidas da Reforma é o mercado, que segue tento aos movimentos da Reforma. “Reforma tributária e fiscal serão muito cobradas pelo mercado, já que exigem certa urgência, o mercado vai colocar muita pressão quando se fala sobre isso”. Para o Sócio-Diretor o pacote de privatizações proposto por Guedes chama a atenção dos bancos centrais de outros países, o que segundo ele estimula a economia brasileira. “O pacote de privatizações atrai interesse estrangeiro e precisa da Reforma, além disso é proposta também a liberação de FGTS, tudo isso para estimular a economia para que tenha um efeito cascata”, conclui Laatus.
Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, aponta que a Bolsa, no período pós Reforma pode ter oscilações. “Após a Reforma é importante lembrar que apesar de uma forte expectativa de alta no índice vamos ter períodos de realizações que farão a Bolsa oscilar”. Para Casabona, a aprovação da Reforma pode ainda gerar uma queda considerável de juros. “A boa onda econômica que a Reforma traz com a sua aprovação também afeta na queda de juros, como uma inflação bastante controlada é possível baixar a taxa de juros e fomentar ainda mais a economia”. Sobre as medidas Guedes, Casabona acredita que as medidas são urgentes, mas que algumas já podem começar a agir antes mesmo da aprovação. “Guedes já possui uma série de medidas que não precisam passar pela Câmara que vão trazer uma economia de até R$ 1,2 trilhões, meta considerada importante para o ministro”, finaliza a Sócia-Diretora.
Comentários estão fechados.