A tradicional caderneta de poupança registrou mais um mês de captação líquida recorde, com a cifra chegando a R$ 13,229 bilhões em setembro, a maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira (6).
Desde março os resultados mensais da poupança têm ficado no azul, sendo também os maiores para os respectivos períodos.
Setembro
Em setembro, os depósitos superaram os saques em R$ 9,974 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve entrada de R$ 3,254 bilhões.
No acumulado do ano, o ingresso líquido de recursos na poupança chegou a R$ 137,211 bilhões, também recorde para o período. De janeiro a setembro do ano passado, houve saída de R$ 6,063 bilhões.
Nova realidade
A nova realidade de juros básicos no país tem feito da poupança, que é isenta de Imposto de Renda, uma alternativa mais simples de investimento na comparação a modalidades tradicionais na renda fixa que são referenciadas na Selic, mas pagam impostos.
Atualmente, a taxa básica de juros está em 2% ao ano, mínima histórica.
Diante do aumento da percepção de risco fiscal e das incertezas quanto ao financiamento do novo programa de transferência de renda do governo para 2021, setembro foi marcado por fortes aumentos nos deságios das LFTs, títulos atrelados à variação da Selic e que compõem parte importante do portfólio de investimentos na renda fixa.
Tipos
Dos 16 tipos de fundos de renda fixa listados pela Anbima, sete fecharam com rentabilidade negativa em setembro.
Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que, com a Selic em mínima histórica, há implicações para o funding da indústria financeira, para a forma como os investidores agem e para a distribuição dos recursos entre as modalidades de investimento, citando a grande migração recente para a poupança.
Desequilíbrio
Segundo Campos Neto, contudo, não há um desequilíbrio da indústria de investimento em curso em meio à baixa procura por LFTs.
A poupança também tem registrado captações vultosas em meio à bilionária liberação de recursos pelo governo por causa da pandemia de coronavírus, principalmente por meio do auxílio emergencial.
Até dezembro, serão 321,8 bilhões de reais injetados na economia com o auxílio.
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